Até quando? Menores bandidos matam jovem por celular e debocham na delegacia

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A frieza dos bandidos mirins envolvidos no latrocínio que tirou a vida do estudante do Colégio Militar Isaac Augusto de Brito Vilhena de Moraes, de apenas 16 anos, chocou até os policiais mais experientes. Na Delegacia de Atendimento à Criança e ao Adolescente (DCA I), os menores riam, trocavam olhares de deboche e zombavam da tragédia que haviam provocado, amparados pela impunidade de uma legislação ultrapassada. Um deles, de 15 anos, havia sido detido há apenas 18 dias por tráfico de drogas, mas como não há punição para menores, já estava de novo nas ruas.

“Eles caçoam da lei e das vítimas. Não demonstram empatia nem arrependimento”, relatou o delegado Rodrigo Larizzatti, que estava de plantão no dia do crime. Na delegacia, os agentes apelidaram o grupo de “demônios mirins” diante da indiferença e crueldade demonstradas. Apenas um perguntou se Isaac havia sobrevivido. Os demais riam.

O assassinato ocorreu na noite de sexta-feira, 17 de outubro, na quadra 112 da Asa Sul, uma das regiões mais seguras do Distrito Federal. Isaac, aluno do Colégio Militar e recém-formado em inglês, jogava vôlei com amigos quando foi abordado por um grupo de adolescentes que usou o pretexto de pedir a senha do Wi-Fi para se aproximar. Ao tentar recuperar o celular roubado, foi esfaqueado no tórax e não resistiu.

A morte de Isaac reacendeu o debate sobre a legislação que protege menores infratores. A governadora em exercício, Celina Leão (PP), questionou: “Por que um adolescente de 16 anos pode votar e não pode responder pelos crimes que comete?”. O secretário de Segurança Pública, Sandro Avelar, também se manifestou: “É chocante ver jovens de 14, 15 anos cometendo crimes em vez de estarem nas escolas. É uma questão que vai além da segurança pública”.

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Família destroçada pela impunidade

A dor da família é imensurável. Isaac sonhava em seguir os passos do irmão e se tornar analista de segurança da informação. “Ele era centrado, querido, tinha uma liderança natural. Sempre buscava fazer o certo”, contou Édson, irmão da vítima. A última conversa entre os dois aconteceu um dia antes do crime. “Nunca imaginei que seria a última vez que falaríamos”, disse, com a voz embargada.

Moradores da Asa Sul relatam que crimes semelhantes têm se tornado rotina. “Meu filho de 17 anos também já foi assaltado ali perto. A diferença é que, desta vez, a violência foi ainda mais brutal”, lamentou um vizinho.

Enquanto os três adolescentes seguem à disposição da Vara da Infância e Juventude, a sociedade clama por mudanças. A morte de Isaac não pode ser apenas mais um número nas estatísticas. Ela escancara uma ferida aberta: a impunidade que protege criminosos mirins e condena famílias à dor eterna.



Com informações da fonte
https://coisasdapolitica.com/cidades/20/10/2025/ate-quando-bandidos-mirins-matam-jovem-por-celular-e-debocham-na-delegacia

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