Pode uma pergunta levar 36 anos para ser respondida? Foi o que aconteceu em agosto de 2025, quando autoridades americanas finalmente confirmaram a ligação entre o assassinato de uma mulher no deserto do Arizona e o abandono de duas meninas na Califórnia. A identificação de Marina Ramos, também conhecida como Maria Ortiz, encerrou um mistério que persistia desde dezembro de 1989, trazendo respostas às filhas, hoje adultas, que desconheciam o destino da mãe.
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O caso começou em 12 de dezembro de 1989, quando turistas encontraram o corpo de uma mulher de 28 anos na estrada Old Temple Bar, em Mohave County, a cerca de 80 quilômetros de Las Vegas. Esfaqueada diversas vezes e deixada sem roupas, a vítima foi enterrada sem identificação, recebendo a designação de “Jane Doe”.
Dois dias depois, em 14 de dezembro, Elizabeth Ramos, de 14 meses, e Jasmin Ramos, de 2 meses, foram encontradas no banheiro do Colonia Park, em Oxnard, na Califórnia, após serem vistas com uma mulher e dois homens. As crianças foram encaminhadas para acolhimento familiar e adotadas juntas por um casal do Condado de Ventura.
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Apesar das tentativas de identificação pelo banco nacional de DNA CODIS, o corpo permaneceu anônimo por mais de 30 anos. A investigação avançou em fevereiro de 2023, quando uma parente forneceu material genético que permitiu a confirmação: a vítima era Marina Ramos, natural de Bakersfield, Califórnia, que havia cumprido pena por furto em junho de 1989.
Pouco depois de ser liberada, Marina retirou as filhas dos cuidados de sua prima e, acompanhada de um homem chamado Fernando, deixou Bakersfield com planos de se estabelecer em Ontario, também na Califórnia, antes de ser assassinada.
O elo entre o assassinato e o abandono das crianças foi finalmente estabelecido em agosto de 2025. Detetives localizaram Jasmin por meio de análises de DNA compatíveis com a família Ramos, e exames adicionais confirmaram a relação com Elizabeth. Fotografias e reportagens da época reforçaram a identificação das meninas. Ambas relataram que a descoberta trouxe compreensão sobre sentimentos de abandono e respondeu a perguntas que carregavam desde a infância.
O assassinato de Marina Ramos continua sem solução. Autoridades de Mohave seguem à procura de Fernando, descrito por testemunhas e retratado em esboço elaborado em 2022. Além disso, relatos da época indicam a presença de um segundo homem no abandono das crianças, ampliando as linhas de investigação do caso que, após 36 anos, finalmente revela sua conexão familiar.