As gaivotas, conhecidas pelo voo elegante e os gritos estridentes à beira-mar, escondem uma inteligência afiada por trás do comportamento que muitos turistas consideram apenas travesso. Segundo cientistas, essas aves evoluíram para se tornarem verdadeiras predadoras de elite — especialmente quando o alvo são alimentos humanos.
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Com olhos pequenos posicionados quase na parte de trás da cabeça, as gaivotas conseguem examinar suas presas de todos os ângulos. De acordo com a escritora científica Imaan Moin, o formato das asas também contribui para sua precisão em ataques rápidos. “Essas aves se destacam em voos lentos e controlados, e conseguem escapar em alta velocidade logo após o roubo”, afirmou Moin ao podcast Unexpected Elements.
Visão panorâmica e estratégia em grupo
As gaivotas possuem um campo visual de 320 graus e conseguem identificar fontes de alimento a 50 metros de distância. Assim que percebem algo comestível, emitem sons para alertar outras aves, formando bandos que rapidamente se aglomeram sobre a comida. “Quando confirmam que algo é de fato alimento, chamam as demais para participar”, explicou Moin, acrescentando que esse comportamento coletivo é outro indicativo de inteligência.
Segundo o The Sun, os pesquisadores destacam ainda que essas aves desenvolveram cérebros proporcionalmente maiores do que o de outros animais de tamanho semelhante — um fator que contribui para sua habilidade de aprendizado e adaptação. Atualmente, cerca de 197 espécies de aves, incluindo corvos, gaios-azuis e pegas, são consideradas predadoras furtivas.
O professor Paul Graham, especialista em neurociência animal da Universidade de Sussex, afirma que a relação das gaivotas com os humanos é fruto de aprendizado, não de instinto. “Elas não evoluíram para gostar de batatas fritas”, disse. “Mas, ao longo do tempo, aprenderam a observar e a interagir com as pessoas como forma de garantir comida — o que é um sinal claro de inteligência.”
Com visão ampla, voo preciso e comportamento estratégico, as gaivotas parecem ter transformado o simples ato de roubar batatas fritas em uma verdadeira arte da sobrevivência moderna.
