Área onde policial militar foi morto no Rio teve elevação de 250% no índice de roubo de carga

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Fuzis granadas e drogas apreendidos no Chapadão — Foto: Reprodução PMERJ


Encravados numa região localizada entre os bairros de Costa Barros, Barros Filho, Ricardo de Albuquerque, Anchieta e Pavuna, na Zona Norte do Rio, os Complexos do Chapadão e da Pedreira concentram quadrilhas de facções rivais que disputam territórios em comunidades há mais de um ano. Os dois bandos também são apontados como responsáveis pela elevação de crimes como o roubo de carga e o roubo de veículos. Só o primeiro subiu 250% na área da 31ªDP(Ricardo de Albuquerque), que engloba a maior parte do Chapadão, nos sete primeiros meses do ano, em relação ao mesmo período de 2024.

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Segundo estatística divulgada pelo Instituto de Segurança Pública(ISP), foram registrados 63 roubos de cargas no período acima citado, contra 18 ocorridos no mesmo recorte de 2024. O roubo deste tipo também aumentou 118% na 39ªDP(Pavuna), que tem em sua área boa parte do Complexo da Pedreira. De janeiro a julho de 2025, foram registrados 107 delitos deste tipo, contra 49 ocorridos nos sete primeiros meses do ano passado. Já o número de roubo de veículos subiu 39% na mesma comparação.

Foi para reprimir a movimentação de criminosos envolvidos em disputas territoriais e também para inibir roubos de veículos e de cargas que a Polícia Militar deflagrou, nesta segunda-feira, uma operação no Complexo do Chapadão. O subtenente PM Anderson de Souza Figueira, de 43 anos, lotado no 41º BPM (Irajá) participava da ação quando foi atingido por três tiros. Um dos disparos atingiu uma área acima do colete balístico próximo ao pescoço. Ele ainda foi levado com vida para o Hospital municipal Raul Gazolla, em Cari, mas não resistiu. Ele é o 37º policial militar assassinado em 2025, no Rio de Janeiro. O número dos oito primeiros meses deste ano já se iguala ao total de PMs mortos no estado em todo 2024. O subtenente deixou mulher e três filhos. Ele havia ingressado na corporação em 2002.

O subtenente Anderson de Souza Figueira era lotado no 41º BPM (Irajá), — Foto: Polícia Militar/X

Segundo a PM, uma equipe de agentes fazia buscas por criminosos em uma igreja, na altura da Rua Javatá, quando bandidos saíram de um cômodo fazendo disparos. Foi nesta ação que o subtenente acabou sendo baleado. Mesmo após a morte do PM, os militares continuaram operando no Complexo do Chapadão, e houve novos confrontos. Num deles, dois homens foram baleados. Eles foram socorridos e também foram levados para o Hospital municipal Raul Gazolla, mas não resistiram e morreram. Durante a ação, a PM apreendeu dois fuzis, três granadas e uma quantidade de drogas.

Ainda no decorrer da operação, pela parte da manhã, bandidos sequestraram dois ônibus para serem usados como barricadas. O Rio Ônibus informou que os coletivos foram sequestrados na Estrada do Rio do Pau e faziam as linhas: B32535 – SV384 (Pavuna x Castelo) e B32691 – 780 (Pavuna x Madureira). Segundo o RJ TV, por volta do meio-dia os veículos já haviam sido resgatados

Já Segundo a Secretaria municipal de Educação, por causa da operação, dez unidades escolares na região do Chapadão, de Anchieta e da Pavuna, bairros próximos, fecharam as portas. Duas unidades de saúde suspenderam as atividades externas, como as visitas domiciliares.

O assassinato do PM vai ser investigado pela Delegacia de Homicídios da Capital, que fica na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio. A Secretaria de Estado de Polícia Militar divulgou nota lamentou a morte do subtenente Figueira. Dos 37 PMs mortos em 2025, seis estavam de serviço quando foram assassinados. Outras sete vítimas eram reformadas. Já os 24 restantes encontravam-se de folga no momento em que foram mortas.



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2025-09-02 07:00:00

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