Em resposta direta à megaoperação policial no Rio de Janeiro que deixou 121 mortos e mais de 100 presos, o Paraguai anunciou nesta quinta-feira (30) que vai declarar o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV) como organizações terroristas. A medida segue os passos da Argentina e vem acompanhada de um reforço militar sem precedentes na fronteira com o Brasil.
O ministro da Defesa paraguaio, Cíbar Benítez, afirmou que o decreto será assinado “nas próximas horas” e que o país ativou o “alerta máximo” em toda a faixa de fronteira, especialmente na região leste. “Vamo,Gruposaumentar ao máximo o nível de alerta. Isso envolve inteligência, presença, reforço de pessoal e material. Tudo o que for necessário para garantir a segurança nacional”, declarou Benítez.
A decisão ocorre em meio ao temor de uma “debandada” de criminosos brasileiros para países vizinhos, após a operação nos complexos da Penha e do Alemão, no Rio, considerada a maior e bem-sucedida da história do estado.
Argentina também fecha o cerco
Do outro lado da fronteira, a Argentina já havia classificado o PCC e o CV como narcoterroristas, incluindo-os no Registro de Pessoas e Entidades Vinculadas a Atos de Terrorismo (Repet). A ministra da Segurança, Patricia Bullrich, revelou que ao menos 12 membros das facções estão presos no país e que o alerta máximo foi acionado para impedir a entrada de criminosos brasileiros.
O governo de Javier Milei também determinou o envio de até 200 militares para a região de Bernardo de Irigoyen, na divisa com Santa Catarina e Paraná. As tropas, especializadas em operações de montanha, contam com drones, radares e helicópteros para patrulhar a fronteira seca.
Cláudio Castro lidera ofensiva nacional para classificar PCC e CV como grupos terroristas
Enquanto isso, no Brasil…
As ações firmes dos vizinhos contrastam com a política do governo Lula, frequentemente acusado por opositores de adotar uma postura leniente com o crime organizado. Críticos apontam que, enquanto Argentina e Paraguai tratam facções como ameaças terroristas, no Brasil o discurso oficial muitas vezes relativiza a violência, tratando criminosos como “vítimas da sociedade”.
Facções com ideologia própria
Além da violência armada, PCC e CV operam com códigos de conduta, tribunais paralelos e uma estrutura hierárquica que impõe terror e disciplina nos territórios que dominam. Essa organização, segundo especialistas, configura uma forma de ideologia criminosa, com normas internas que justificam suas ações e fortalecem sua influência nas comunidades.
Com a escalada da repressão nos países vizinhos, cresce a pressão sobre o governo brasileiro para adotar medidas mais duras contra o crime organizado — e evitar que o Brasil se torne o elo fraco no combate regional ao narcoterrorismo.

 
			 
			
 
			 
		 
		 
		