O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), afirmou que discutiu “ações de combate ao crime organizado” durante reunião com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, realizada nesta terça-feira na Presidência da Casa.
Um dia após visitar o Rio de Janeiro em meio à repercussão da megaoperação que deixou 121 mortos nos complexos do Alemão e da Penha, o ministro do Supremo se reuniu com Alcolumbre para discutir ações de enfrentamento ao crime organizado e o uso de novas tecnologias no combate à criminalidade.
O encontro, realizado na Presidência do Senado, teve foco nas medidas de integração entre os Poderes para o fortalecimento da segurança pública e na avaliação das operações policiais realizadas nos estados. Moraes, que é relator da ADPF das Favelas, ação que estabeleceu parâmetros para operações em comunidades do Rio, tratou também das investigações em curso e de propostas de atualização da legislação penal.
A reunião ocorreu no mesmo dia em que o Senado instalou a CPI do Crime Organizado, comissão que terá como presidente o senador Fabiano Contarato (PT-ES), o vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos-RS) e o relator Alessandro Vieira (MDB-SE). A comissão vai investigar a atuação de facções e milícias e suas conexões com atividades econômicas legais.
Segundo nota da Presidência do Senado, Alcolumbre reafirmou o “compromisso do Congresso Nacional de contribuir, de forma responsável e democrática, com soluções legislativas para fortalecer a segurança pública e proteger a vida dos brasileiros”.
Moraes tem cobrado explicações do governo fluminense sobre a operação da semana passada, considerada a mais letal da história do Rio. Durante a passagem pela capital fluminense na segunda-feira, o ministro se reuniu com o governador Cláudio Castro (PL) e integrantes da cúpula da segurança estadual para discutir o planejamento e a execução da ação.
O governo do Rio, em manifestação enviada ao Supremo, afirmou que o uso da força foi “proporcional” e que a operação mirou uma facção “altamente armada e estruturada”. A ação mobilizou 2,5 mil agentes e deixou quatro policiais entre as vítimas.
