Acidente de parapente mata bicampeão brasileiro de asa-delta em São Conrado

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O bicampeão brasileiro de asa-delta Philip Eric Haegler, de 59 anos, morreu após cair de parapente em São Conrado, na Zona Sul do Rio, na tarde desta quinta-feira. O acidente aconteceu na Avenida Prefeito Mendes de Morais, na altura do número 1500. Os bombeiros chegaram a socorrer a vítima em estado gravíssimo, para Hospital municipal Miguel Couto, no Leblon, mas ele não resistiu aos ferimentos. Em seguida, o equipamento passou por perícia da Polícia Civil. Testemunhas também estão sendo ouvidas pela 15ª DP (Gávea), que apura as circunstâncias do ocorrido.
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Philip Haegler era um dos nomes mais reconhecidos do voo livre no Brasil, além de empresário. Ele foi bicampeão brasileiro de asa-delta em 1990 e 1992 e chegou a presidir a Confederação Brasileira de Voo Livre (CBVL).
Nas redes sociais, o Clube São Conrado de Voo Livre comunicou o falecimento do piloto. Na postagem, o clube destacou Philip como “referência incontestável na promoção da segurança e no desenvolvimento do esporte” no Rio de Janeiro. O estabelecimento também anunciou que terá as atividades suspensas neste fim de semana em respeito à memória de Phil, como era conhecido o esportista. “Sua paixão foi contagiosa e inspirou muitos. O que ele mais amava era voar.”
Querido pelos amigos, a morte de Phil pegou a todos de surpresa. Muitas mensagens de pessoas consternadas foram publicadas nas redes sociais, tratando o episódio como “muito triste” e “lamentável”. O esportista completaria 60 anos neste sábado, dia 22.
Em nota, a Agência Nacional da Aviação Civil (Anac), que lamentou o ocorrido e que prestou solidariedade aos parentes e amigos de Phil, esclarece que não exige habilitação para a prática do voo livre, em parapente ou asa delta. O órgão, no entanto, recomenda que os praticantes da modalidade — “esporte radical de alto risco, praticado em todo o mundo e fortemente dependente das condições meteorológicas e geográficas locais” — se habilitem por meio de associações aerodesportivas.
A Anac exige, na verdade, que os equipamentos estejam cadastrados, através de associações credenciadas, responsáveis por identificar o praticante e emitir um atestado de capacidade. A fiscalização de irregularidades na prática do esporte fica a cargo das secretarias de Segurança Pública locais, informa a agência.
Phil aconselhou Pepê antes da morte do amigo, em 1991
Em abril de 1991, Philip Haegler também participou de outro momento trágico, o da morte de Pedro Paulo Guise Carneiro Lopes, o Pepê, símbolo da cidade do Rio, pelo sucesso internacional em esportes como o surfe e voo livre. Naquela ocasião, Phil alertou, via rádio, Pepê, clamando para que o amigo se recusasse a participar de um torneio em Wakayama, no Japão, devido às condições do tempo.
“Não salta, Pepê! Não vai dar para chegar ao fim. As condições estão péssimas, vou pousar agora”, disse Phil na ocasião. Pepê, então, respondeu que, “não saltaria”, mas que só tomaria essa decisão se os organizadores quisessem, já que não queria perder pontos no torneio. Aos 33 anos, então, Pepê saltou e, vencido por um temporal, tentou fazer um pouso de emergência numa clareira, mas foi sacudido por uma turbulência e se chocou violentamente contra um morro. Gravemente ferido, ele gritou de dor. Horas depois, já após ser socorrido, Pepê morreu a caminho do hospital, aos 33 anos.
Acidentes recentes no Rio
No fim de setembro, um homem precisou ser resgatado por um helicóptero do Corpo de Bombeiros após sofrer um acidente de asa-delta na Pedra Bonita, também em São Conrado. Na ocasião, a vítima sofreu apenas ferimentos leves.
Já em agosto, Luan Calor e Vanessa Nascimento morreram ao cair de parapente no Parque da Cidade, em Niterói, e deixaram uma filha de 3 anos. O episódio provocou a suspensão das atividades nas rampas de voo livre da cidade, conforme determinação da prefeitura de Niterói.
No ano passado, o instrutor de paraquedismo José de Alencar Lima Junior, de 50 anos, também morreu ao saltar da Pedra Bonita, ao praticar o speed fly, conhecido por ser uma modalidade de voo livre que utiliza uma vela menor do que a de um parapente, proporcionando um voo muito mais rápido e, consequentemente, arriscado. A vítima caiu de uma altura de 250 metros.
Veja a íntegra da nota do Clube São Conrado de Voo Livre
“É com profunda tristeza que comunicamos o falecimento de um ícone do voo livre, ocorrido nesta data. Nossas mais sinceras condolências a família e amigos. Difícil encontrar palavras que possam expressar algum consolo.
Philip Haegler, deixa um legado que jamais esqueceremos. Sua bondade e generosidade tocaram a vida de muitas pessoas. Ele será lembrado eternamente como nosso bicampeão brasileiro de asa-delta, que se apaixonou pelo parapente.
Sua paixão foi contagiosa e inspirou muitos. O que ele mais amava era voar. Phil, assim era conhecido carinhosamente pelos seus amigos, ajudou de todas as formas essa gestão, numa das maiores transformações que o Clube São Conrado de Voo Livre perpetuará na sua história e em sua memória.
Foi presidente da Confederação Brasileira de Voo Livre – CBVL, ficando conhecido como o gestor que aprimorou a segurança no esporte. Phil foi amado e será sempre lembrado. Sua presença em nossas vidas foi um presente precioso e faremos o possível para honrar a sua memória. A vida terrena é finita, mas o legado que Phil nos deixa é eterno.
O Clube São Conrado de Voo Livre se encontra com as operações fechadas este final de semana, em respeito e à memória do nosso piloto, ícone, campeão e benemérito do esporte, Philip Haegler.
Descanse em paz querido Phil, você estará sempre em nossos corações.
Com todo pesar e profunda tristeza,
Diretoria do Clube São Conrado de Voo Livre.”



Com informações da fonte
https://extra.globo.com/rio/noticia/2025/11/acidente-de-parapente-mata-bicampeao-brasileiro-de-asa-delta-em-sao-conrado.ghtml

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