Uma jovem morreu na tarde de segunda-feira (09) após realizar uma lipoaspiração com enxerto nos glúteos na clínica de estética Amacor, em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio. A técnica de segurança do trabalho Marilha Menezes Antunes, de 28 anos, fez o procedimento, que teria custado cerca de R$ 5 mil, dias após seu aniversário, celebrado em 1º de setembro. Ela deixa um filho de 6 anos.
- Obra de Clínica da Família no Vidigal: trabalho é retomado após ameaça de traficantes a operários
- Ataque na Praia do Recreio: adolescente é morto e outro ferido enquanto jogavam futebol na areia; no Terreirão, homem é executado
O laudo preliminar do Instituto Médico-Legal (IML) do bairro, obtido pelo portal g1, atesta que a morte da vítima foi causada por uma “ação perfuro contundente” e hemorragia interna, resultando em parada cardiorrespiratória.
O caso foi registrado na 35ª DP (Campo Grande) e encaminhado à Delegacia do Consumidor (Decon), que ficou responsável pelas investigações. Na tarde desta quarta-feira (10), duas gerentes da clínica foram presas em flagrante por agentes da Polícia Civil, que encontraram remédios fora da validade em recintos do local, como no centro cirúrgico onde a jovem foi operada. Os itens foram apreendidos e passarão por perícia. A clínica foi interditada.
A família acusa a equipe médica de negligência, relatando que a clínica só acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) após as complicações na cirurgia terem se agravado. Marilha e uma das irmãs, Lea Carolina Menezes Antunes, chegaram à unidade antes de meio-dia. Oito horas depois, a Polícia Militar, o Corpo de Bombeiros e o Samu foram acionados e constataram a morte da jovem.
— Perguntei se alguém estava passando mal, mas ninguém respondia. Subi ao centro cirúrgico e vi o médico tentando reanimar minha irmã. Questionei o que ele precisava e ele disse que era oxigênio — contou Lea, ao g1. — Liguei para o Samu e, em seguida, a Polícia Militar, porque o médico não explicava o que havia acontecido. Foram 90 minutos tentando reanimar a minha irmã.
O Conselho Regional de Medicina do Rio (Cremerj) informou que abriu um procedimento para investigar a morte de Marilha.
A jovem foi sepultada na tarde desta quarta-feira no cemitério da Cacuia, na Ilha.
Em nota, a clínica diz que lamenta o ocorrido e que dispõe de todos os equipamentos necessários para situações de emergência. Leia a nota na íntegra:
“A AMACOR lamenta profundamente o falecimento de uma paciente após complicações de cirurgia estética ambulatorial realizada por equipe médica terceira em nossa clínica.
A AMACOR é uma Clínica classificada como “One Day Clinic” (Hospital Dia) e seu Centro Cirúrgico serve como uma hotelaria, ou seja, equipes médicas terceiras alugam o espaço para realizar procedimentos. A responsabilidade da AMACOR é fornecer a infraestrutura e orientação da conduta médica local.
O centro cirúrgico encontra-se devidamente aparelhado com todos os equipamentos essenciais para o atendimento de emergências cardiovasculares e respiratórias. A unidade dispõe de carrinho de parada cardiorrespiratória completo, equipado com medicamentos, dispositivos de via aérea avançada. Complementarmente, o setor conta com desfibrilador bifásico e DEA em perfeitas condições de funcionamento.
Protocolo de Atendimento e Resposta Imediata mediante a identificação de sinais de instabilidade hemodinâmica durante o procedimento, a equipe multidisciplinar presente acionou imediatamente os protocolos de emergência estabelecidos. As manobras de ressuscitação cardiopulmonar foram iniciadas sem dilação, seguindo rigorosamente as diretrizes do Advanced Cardiac Life Support (ACLS), com atuação coordenada e sistemática de todos os profissionais envolvidos. A pronta resposta da equipe evidencia o preparo técnico e a eficiência dos treinamentos continuados implementados na unidade.
Estamos à disposição e colaboraremos com as autoridades para o esclarecimento de quaisquer dúvidas que surgirem. Lamentamos o ocorrido e pedimos a Deus para confortar os familiares da paciente”.
2025-09-10 17:51:00