Valerie Laguna estava com nove meses de gestação quando seu corpo gravemente espancado foi encontrado em julho de 2005, na pequena cidade de Cotulla, no Texas. Segundo as autoridades, ela havia sido sexualmente atacada, espancada e estrangulada, e por 20 anos o crime permaneceu sem solução.
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Um banner com a imagem do rosto sorridente de Valerie foi pendurado em Cotulla, cidade com menos de 4 mil habitantes a cerca de 80 km a sudoeste de San Antonio, pedindo informações que pudessem levar a uma solução do caso.
A resposta chegou no final do mês passado, quando Saul Gonzalez, de 66 anos, foi preso e acusado de homicídio qualificado. Segundo o Departamento do Xerife do Condado de La Salle, avanços em testes de DNA possibilitaram a prisão.
Investigação avançou com nova tecnologia de DNA
O sargento Homar Olivarez Jr., investigador do departamento, disse que Gonzalez conhecia Valerie, mas não detalhou a relação entre eles. Ele ressaltou que Gonzalez não era o pai do bebê da vítima.
— Por 20 anos, esta comunidade carregou a memória de uma perda terrível — disse o xerife Hector Ramirez: — Esta prisão representa um passo significativo em direção à justiça. Mais importante ainda, representa um momento de cura para a família da vítima, que esperou tanto tempo, e para uma comunidade que nunca esqueceu.
O pai de Valerie, Albert Benavides, descreveu a filha como educada e respeitosa, que sonhava em ser conselheira de abuso de substâncias. Ela tinha três filhas e estava grávida do primeiro filho quando foi assassinada.
— Se você pedisse um favor, ela faria — disse Benavides: — Se você precisasse de algo, se ela tivesse, ela certamente te daria ou ajudaria, e não esperava nada em troca. Esse é o tipo de filha que eu tive.
Ele contou que Valerie visitava a família semanalmente, às vezes sem avisar, levando as filhas, que brincavam na piscina e faziam churrasco. “Minhas netas ainda vêm da mesma forma que antes”, disse. Ele disse sentir falta do riso da filha e “daquele grande e lindo sorriso que ela tinha o tempo todo.”
Valerie era conhecida por caminhar pela cidade. Ela não tinha carro, e pessoas frequentemente a levavam para se locomover.
A solução do caso surgiu a partir da reanálise de evidências do Cemitério Cristo Rey, onde o corpo da vítima foi encontrado em julho de 2005. Evidências e amostras de DNA coletadas na época não haviam produzido pistas, e o corpo foi exumado em 2014.
Em 2020, o sargento Olivarez passou a usar a tecnologia M-Vac, que funciona como um aspirador manual úmido: pulveriza água estéril sobre a evidência e suga o material para um filtro sensível, captando DNA que outros métodos não detectariam.
— A única questão é que é um processo único — disse Olivarez: — O lado negativo é que torna essa evidência inutilizável para testes forenses futuros.
A estratégia deu resultado. Uma amostra de DNA foi enviada a um laboratório privado na Virgínia, permitindo criar o primeiro perfil genético do suspeito. Um programa estadual auxiliou na análise de DNA em casos de homicídio com componente sexual, restringindo a investigação a uma pessoa.
Também foi coletada uma amostra melhor do suspeito identificado anteriormente.
— Naquela época, estávamos trabalhando apenas com o que chamamos de ‘amostra alternativa’, geralmente obtida de um copo de café ou algo assim, então é coletada de forma mais discreta — explicou Olivarez.
As evidências de DNA apontaram para Gonzalez, que foi indiciado por homicídio qualificado e preso na cadeia do Condado de La Salle com fiança de US$ 1 milhão.
2025-09-10 08:36:00