Um retorno às origens, afinal, 15 anos não são 15 dias, e é sempre bom, ao olhar para o futuro, lembrar onde tudo começou. Com Branco nos vocais, Anderson Mendonça (Buiu) no pandeiro, Fernando (Mellete) no tantan e Juninho de Jesus no banjo, o Clareou festeja uma década e meia de carreira como um dos grupos de samba mais queridos dos cariocas. Para celebrar, a banda reúne amigos, convidados e fãs fiéis numa roda de samba hoje, no lugar onde deu o pontapé nessa história, o Jacarepaguá Tênis Clube, na Zona Oeste.
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— A gente quer relembrar as apresentações que fizeram sucesso no início do Clareou, com músicas que a gente cantava na época misturadas às mais recentes — conta Branco, que está no grupo desde 2020.
Quando o Clareou iniciou sua trajetória, o vocalista virou fã de cara, mas ele nem imaginava que se tornaria um deles. Cria da Rocinha, onde mora até hoje com a namorada e dois filhos, Branco afirma que ser a atual voz do conjunto transformou sua realidade na comunidade da Zona Sul do Rio.
— Comecei como fã, depois escrevi música para eles, e, agora, tenho a responsabilidade de dar voz ao grupo. Fico emocionado porque mudou a minha vida. A galera da Rocinha fica feliz para caramba e se sente representada. Quando ando na rua, ouço gritos “e aí, Clareou”, “e aí, pagodeiro”. Vivem me parabenizando. É um sonho — destaca o artista de 41 anos.
Branco, do Grupo Clareou, na Rocinha
Acervo pessoal
Em meio às comemorações dos 15 anos, os rapazes se viram envolvidos numa polêmica com Ivete Sangalo, que anunciou sua nova turnê em homenagem a Clara Nunes com um nome semelhante ao do grupo: “Ivete Clareou”. Eles repudiaram a escolha do título e apontaram “uso indevido da marca’’, já que a banda tem o nome registrado junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), órgão responsável por essas questões.
— Ainda não houve acordo, os advogados estão vendo a situação. Soubemos da turnê da Ivete por amigos, que viram, além do nome da turnê dela, uma logo parecida com a nossa. Muita gente que não conhece o processo de registro de marcas achou que a gente queria arrumar briga com Ivete ou proibi-la (de cantar). Não é nada disso. Não houve briga. É só sobre o uso do nome mesmo — esclarece Branco, que foi hostilizado por fãs da cantora após a polêmica vir à tona: — Fãs mais acalorados acharam que a gente estava querendo se aproveitar da situação. Mandaram um montão de mensagens (negativas). Mas também somos loucos pela Ivete. Tem gente pensando que vamos fazer turnê com ela.
Quem é o grupo Clareou?
Grupo Clareou
Possato/ Divulgação
Sobe o som
Dentre os sucessos do grupo estão “Marra de durão”, “Dona dos meus sonhos” e “Só penso no lar”, esta última tendo Branco como um dos compositores, da época em que ele ainda era fã do grupo: “Foi o que me lançou como cantor para o Brasil inteiro. A partir daí, outros artistas gravaram músicas minhas. Foi nesse momento que me tornei amigo deles também”.
Tem treta entre eles?
Branco conta que um dos desafios do grupo é manter a harmonia entre os integrantes, já que cada um pensa de forma diferente: “Todo grupo é complicado. São muitas opiniões. O mais importante é entender o que é melhor para a banda, para o bem de todos, e não prevalecer a ideia de um só. Resolvemos tudo no diálogo”.
Amigos de noitada
Mellete, Buiu e Juninho de Jesus pertencem à formação inicial do grupo. Cada um vem de um bairro diferente da cidade, e eles se juntaram num momento de lazer: “A gente era amigo de noitada e decidiu se juntar para montar o grupo. Foi assim que nasceu o Clareou”, lembra Fernando, cria da Freguesia, enquanto Buiu vive na Abolição e Juninho de Jesus é do Recreio.
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Grupo Clareou comemora 15 anos e fala da treta com Ivete Sangalo: 'Acham que a gente quer se aproveitar. Somos loucos por ela'
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