Como é de praxe para os clubes que viajam pelo continente, a altitude da Bolívia encalacrou a seleção. Multiplicada pelos 4.150 metros no Estádio Municipal de El Alto, não permitiu que a equipe de Carlo Ancelotti desenvolvesse quase nada em sua última partida nestas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026, para a qual já havia se classificado na última data Fifa. Sem grande repertório e acompanhada de cilindros de oxigênio, viu Miguelito marcar de pênalti e os donos da casa explodirem com a vaga na repescagem após a vitória por 1 a 0.
É difícil tirar qualquer diagnóstico de um jogo nestas condições, pela impossibilidade de os jogadores darem grandes piques ou simplesmente trocarem passes com mais qualidade. Ancelotti ainda não conhecia este cenário, e também não pôde observar da melhor forma alguns nomes que foram lançados como novidade em campo, tal qual o lateral-direito Vitinho, o atacante Samuel Lino e o zagueiro Fabrício Bruno.
Do outro lado, a Bolívia fez o jogo da vida e arriscou finalizações desde os primeiros momentos. Foram 23 contra 10 da seleção. De tanto pressionar, forçaram até erros do adversário, como o de Bruno Guimarães, que cometeu pênalti no canto da grande área na reta final do primeiro tempo. Alisson acertou o canto direito mas não conseguiu parar o chute de Miguelito, que fez o time sofrer seu primeiro gol na era Ancelotti.
A seleção só foi responder com alguma pressão nos minutos finais da partida, mas não conseguiu formular boas jogadas. Em nenhum momento, o último passe encaixou. O goleiro Carlos Lampe não foi exigido para além de bolas encaixadas no meio.
O povo boliviano contava o tempo e ficava de olho no jogo da Venezuela (8º), adversária na briga pela vaga na repescagem e não podia vencer. Melhor, perdeu em para a Colômbia (3º) por 6 a 3.
O desempenho do Brasil nas Eliminatórias em um ciclo muito atropelado, com direito a quatro treinadores, não foi dos melhores. A equipe terminou apenas na quinta colocação, com os mesmos 28 pontos de Colômbia e Uruguai (4º), mas perdeu no saldo de gols. Os uruguaios empataram com o Chile (10º) sem gols. A rodada foi completada pela vitória do Equador (2º) sobre a líder Argentina por 1 a 0, e a vitória do Paraguai (6º) pelo mesmo placar contra o Peru (9º).
Este foi o último compromisso oficial antes da Copa do Mundo. A partir de agora, Ancelotti só poderá testar seus jogadores em amistosos, incluindo duas datas Fifa ainda no final de 2025. Em outubro, a seleção vai à Ásia encarar Coreia do Sul (dia 10) e Japão (dia 14) e, em novembro, fechando o ano encarando duas equipes africanas. Já em março, acontecem os últimos compromissos contra dois europeus.
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Brasil sofre com altitude e encerra Eliminatórias com derrota para Bolívia
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