Deputado de São Gonçalo e ativistas denunciam truculência policial em desocupação de prédio no Rio

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Cerca de 40 famílias sem teto foram expulsas de prédio onde ocorria a ocupação; Prof. Josemar registrou ocorrência por violência em ação da Guarda

min de leitura | Escrito por Felipe Galeno | 07 de setembro de 2025 – 15:38
Crianças e idosos estavam entre famílias despejadas em ação da PM e da Guarda Municipal

Crianças e idosos estavam entre famílias despejadas em ação da PM e da Guarda Municipal –

Uma ocupação de um edifício abandonado na Região Central do Rio terminou em confusão e denúncias neste domingo (07). Agentes da Polícia Militar e da Guarda Municipal do Rio de Janeiro foram acusados de agir com truculência no momento da dispersão de manifestantes e ativistas do local. Pelo menos duas pessoas foram levadas a um hospital; além delas, o deputado estadual Professor Josemar (Psol), de São Gonçalo, também relatou ter sido agredido, junto do deputado federal Tarcísio Motta (Psol).

Em conversa com O SÃO GONÇALO, o parlamentar disse que levou empurrões e puxões de agentes da Guarda enquanto tentava mediar o diálogo entre os manifestantes da ocupação e autoridades policiais.

“Um agente me deu um empurrão e, depois, outro agente veio e jogou spray de pimenta a cerca de 30 metros do meu rosto. Fiquei de trinta a quarenta minutos sem conseguir enxergar direito. Há um abuso de autoridade e há também uma violação de direito do parlamentar porque, como deputado, eu tenho o direito de acompanhar uma ação que envolve a sociedade”, relatou Josemar.


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O caso aconteceu em um edifício na Avenida Venezuela, 153, no bairro Gamboa. De acordo com os organizadores da ação, cerca de 120 famílias sem teto ocuparam o prédio, através de uma manifestação do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) que cobrava acesso à moradia popular. O edifício em questão pertence a uma construtora e estaria em processo de doação ao poder público, segundo a Prefeitura. Abandonado há anos, o imóvel estava totalmente vazio no momento da ocupação.

Policiais militares e agentes da Tropa de Choque da Guarda foram acionados e expulsaram os ocupantes, que incluíam crianças e idosos. Bombas de fumaça e spray de pimenta foram usados pelos agentes. Pelo menos duas pessoas, de identidades ainda não divulgadas, ficaram feridas e foram levadas para o Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro.

Parlamentares e ocupantes denunciaram truculência na ação

Parlamentares e ocupantes denunciaram truculência na ação |  Foto: Reprodução/Redes Sociais

Nas redes, o MLB disse que não houve violência por parte dos ocupantes e que os agentes agiram com violência. O deputado Professor Josemar registrou queixa contra os agentes na 21ª DP. Procurada, a Polícia Militar não retornou até a publicação desta matéria.

Em nota, a Prefeitura do Rio disse que houve “uma invasão ao prédio onde, em breve, começam as obras do Centro Cultural Rio África, que vai tratar da diáspora africana para o Brasil”. Nas redes sociais, o prefeito Eduardo Paes (PSD) justificou a ação dos agentes de segurança, alegou que o Partido Socialismo e Liberdade (Psol) estaria por trás da ocupação e criticou a ação do movimento social.

“O que mais me impressiona é que essa gente chegou ao poder e faz parte da base do governo federal. O governo federal é o maior latifundiário urbano na cidade do Rio de Janeiro e poderia facilmente destinar boa parte de suas áreas para habitação popular no centro do Rio. Mas preferem sempre ocupar e esculhambar com a cidade ao invés de usar os instrumentos que dispõe para de fato promover habitação popular. É um jogo permanente de hipocrisia e desordem. Aqui não passarão”, escreveu Paes.





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2025-09-07 12:38:00

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