O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participa na manhã deste domingo do tradicional desfile de 7 de setembro, ao lado de ministros e autoridades de seu governo. Neste ano, o governo usa a data para reforçar a mensagem de soberania nacional e patriotismo, em contraponto direto à narrativa bolsonarista e em meio às reações ao tarifaço anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Os ministérios foram enfeitados com cartazes com os dizeres “Brasil Soberano” e “Governo do Brasil do lado do povo brasileiro”. O slogan “Brasil Soberano” também ilustrou os bonés que foram distribuídos pela Secretaria de Comunicação.
Ausências, contudo, também são sentidas na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Do Judiciário, não compareceram o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, e o ministro Edson Fachin. Do Legislativo, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), cumpre agenda fora de Brasília. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), está presente.
Entre os presentes no palanque estão nomes de partidos que formalizaram na última semana a saída da base aliada, como União Brasil e Progressistas. A presença de André Fufuca (Esportes), Waldez Goés (Integração e Desenvolvimento Regional) e Frederico Siqueira Filho (Comunicações) é vista pelo Planalto como um sinal de que, apesar do desembarque formal, parte da cúpula segue alinhada à agenda do governo.
Antes do desfile, o governo lançou uma música que exalta o patriotismo, cantada pela ministra Margareth Menezes. A canção conta com os versos “Bate forte coração, orgulho verdadeiro/ É o governo do Brasil, do povo brasileiro”, e embala o ato.
Na liturgia militar da cerimônia, a presença do ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, é central. Ao lado dele, estão também Gleisi Hoffmann, Camilo Santana, Marina Silva, Rui Costa, Celso Sabino, Jader Filho, Anielle Franco, Ricardo Lewandowski, Alexandre Padilha, Simone Tebet e o vice-presidente Geraldo Alckmin, reforçando o núcleo político próximo ao presidente.
Nas bancadas ocupadas pelo público geral, foram entoados gritos de “sem anistia”, em referência à proposta discutida hoje no Congresso para conceder perdão aos envolvidos no 8 de janeiro de 2023.
A ausência de Alcolumbre ocorre em meio às discussões sobre a anistia a envolvidos nos atos do 8 de Janeiro — tema em que já se manifestou contra um perdão amplo e irrestrito, mas que segue avançando no Congresso.
Motta, por sua vez, passou o início da solenidade conversando com Alckmin. O presidente da Câmara também dialogou com outros ministros, como Celso Sabino, Ricardo Lewandowski, Sidônio Palmeira, Gleisi e Renan Filho. Os parlamentares Rogerio Carvalho e Lindbergh Farias cumprimentaram o deputado.
Outra baixa é o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), que viajou a Washington para participar de um encontro empresarial do grupo Lide.
Pronunciamento na televisão
Ontem à noite, o presidente fez um pronunciamento na televisão para celebrar a data. O discurso, transmitido em cadeia nacional de rádio e TV, durou pouco mais de cinco minutos e foi marcado por críticas a pressões externas e à atuação de políticos que, segundo ele, agem contra os interesses do país. “O Brasil não será colônia de ninguém. O único dono deste país é o povo brasileiro”, afirmou.
Lula ressaltou que o Brasil mantém relações amistosas com outras nações, mas não aceita ordens ou interferências. Ao citar adversários que incentivam ataques em acordos internacionais, o presidente os classificou como “traidores da pátria” e disse que “a história não os perdoará”.
O presidente também mencionou bandeiras de seu governo, como a regulação das redes sociais, a isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil e a defesa do Pix.
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Lula participa de desfile do 7 de setembro com recados sobre soberania
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