Terror no Ceará: empresário é executado após sequestro em Aquiraz

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O Ceará foi novamente sacudido pela brutalidade do crime organizado. Evangelista, empresário de 34 anos e proprietário de uma empresa de higienização de estofados, foi sequestrado no último dia 2 por criminosos no Porto das Dunas, em Aquiraz — a cerca de 34 quilômetros de Fortaleza — e executado a tiros às margens da BR-020, no bairro Potira, em Caucaia.

Segundo testemunhas, Evangelista foi rendido por homens armados enquanto trabalhava. Levado à força em um veículo, foi jogado para fora e alvejado com diversos disparos nas costas. A execução, fria e calculada, escancarou o avanço de facções criminosas que têm transformado o Ceará em um território de medo e silêncio.

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‘Um homem de bem, vítima da violência’, dizem amigos

Evangelista não possuía antecedentes criminais. Era descrito por familiares e amigos como um profissional dedicado, trabalhador e leal. Recentemente, havia sido homenageado por sua atuação empresarial. Sua morte gerou comoção e revolta. “De forma trágica, Evangelista teve sua vida interrompida pela violência, deixando familiares, amigos e toda a comunidade em luto”, lamentou o organizador do evento que o premiou.

Facções impõem terror e ampliam domínio sobre serviços no Ceará

Facções impõem regras, extorquem e matam

O assassinato de Evangelista não é um caso isolado. Nos últimos meses, o Ceará tem enfrentado uma escalada de homicídios ligados à atuação de facções como o Comando Vermelho, que impõem extorsões sistemáticas a empresários e comerciantes. Em cidades como Itapajé, a soltura de líderes criminosos levou a um aumento vertiginoso de assassinatos — de sete para 38 em apenas três meses.

Empresários têm sido obrigados a pagar “mensalidades” sob ameaça de morte. Aqueles que resistem ou não cumprem as ordens são executados. Em Fortaleza, comerciantes relataram receber mensagens com ameaças explícitas: “encher a cara de bala” e “sua loja faz parte da minha área CV”. Em Caucaia, provedores de internet foram atacados e tiveram suas sedes incendiadas por não se submeterem às exigências das facções.

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Estado em alerta, população em pânico

A Polícia Civil do Ceará investiga o caso de Evangelista, mas até o momento não há informações sobre os autores ou a motivação do crime. Enquanto isso, o Ministério Público e as forças de segurança intensificam operações para conter o avanço das organizações criminosas. O Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) tem atuado em parceria com a inteligência policial para desmantelar redes de extorsão e tráfico.

Mas para muitos cearenses, a sensação é de abandono. “A gente não sai mais quase nada. E ninguém pode falar nada, ninguém sabe de nada”, disse uma moradora de Itapajé após o assassinato de dois empresários em menos de dez dias.

 

 



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2025-09-05 07:00:00

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