Com informações do Diário do Rio. O Aeroporto Internacional do Galeão Tom Jobim, na Ilha do Governador, tem novo controlador. A Vinci Compass, gestora de origem carioca com R$ 310 bilhões em ativos, fechou acordo nesta quarta-feira (26/8) para comprar 70% da participação da Changi, operadora de Cingapura, na concessionária RIOgaleão.
A Changi, que detinha 51% da empresa, reduziu sua fatia para 15,3%. A Vinci passa a deter 35,7% do capital e assume o comando do consórcio, que segue tendo a Infraero como maior acionista individual, com 49%. Mas o bloco privado agora é liderado pela Vinci.
O valor da transação não foi divulgado. O negócio depende da aprovação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
Leilão em 2026
A operação prepara terreno para a saída definitiva da Infraero, prevista em leilão até março de 2026. A estatal deve vender sua fatia de 49%, avaliada em R$ 932,8 milhões como valor mínimo. A Vinci já declarou intenção de disputar o certame para consolidar 100% do controle privado do Galeão.
Investimentos e gestão
Apesar da mudança societária, a administração do aeroporto seguirá com Alexandre Monteiro como presidente. “Temos um programa de investimentos que varia entre R$ 100 e R$ 140 milhões ao ano. Essa nova configuração reforça nosso capital e planos de longo prazo”, afirmou.
A entrada da Vinci é vista como chance de destravar projetos. Para o sócio da empresa, José Guilherme Souza, o acordo sela uma negociação antiga: “É um namoro antigo que conseguimos transformar em casamento. Agora temos segurança para ampliar os investimentos”.
Acordo de reequilíbrio da concessão
Em junho, a concessionária acertou com o governo federal e o TCU um novo modelo para o contrato. O fluxo de passageiros no Santos Dumont passou a balizar a revisão das condições do Galeão, estabelecendo travas de operação para evitar esvaziamento do terminal internacional.
O mecanismo prevê compensações financeiras: se o Santos Dumont operar acima do limite previsto, a União perde receita; se operar abaixo, o concessionário compensa. A medida foi considerada essencial para dar previsibilidade a futuros investidores.
Perspectivas
Com a restrição no Santos Dumont — limitada a 6,5 milhões de passageiros ao ano —, o Galeão voltou a crescer. De janeiro a julho de 2025, o terminal registrou 9,98 milhões de passageiros, alta de 25%, tornando-se o terceiro aeroporto mais movimentado do Brasil, atrás apenas de Guarulhos e Congonhas.
A decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de impor a limitação ao terminal central do Rio, após pedido de autoridades locais, foi vista como essencial para revitalizar o Galeão. O argumento foi que o aeroporto internacional é estratégico para o turismo, a economia fluminense e o transporte de cargas.
2025-08-28 10:10:00