O que seria mais uma ação criminosa nas ruas do Agreste paraibano terminou de forma inesperada: um comerciante reagiu a um assalto atropelando e matando um dos bandidos, que morreu no local. A cena, registrada por câmeras de segurança na principal via de Lagoa Seca, escancara o limite da paciência e o desespero de uma população que já não suporta viver sob constante ameaça. Veja o vídeo.
Segundo a Polícia Civil, dois jovens em uma motocicleta estavam abordando motoristas que trafegavam pela BR-104. Um dos alvos, um comerciante em uma caminhonete, decidiu não se render. Em um ato de autopreservação, acelerou o veículo e atingiu um dos criminosos. O outro conseguiu fugir e segue foragido.
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O interior do Brasil em Estado de Sítio
O episódio em Lagoa Seca não é isolado. Ele se soma a uma série de casos que vêm se multiplicando pelo interior do Nordeste, onde o avanço da criminalidade tem transformado cidades pacatas em territórios de medo.
Em Caruaru (PE), outro comerciante reagiu a um assalto e baleou dois suspeitos. Em Juazeiro do Norte (CE), moradores tiveram que se organizaram em grupos de vigilância após uma onda de roubos em plena luz do dia. Em Campina Grande (PB), câmeras flagraram um grupo de menores armados assaltando motoristas em plena avenida central.
Essas reações, muitas vezes desesperadas, revelam um padrão: a população está se defendendo como pode. Sem confiança na resposta imediata das forças de segurança, que não dá conta do aumento da criminalidade, cidadãos comuns estão assumindo riscos que antes pareciam impensáveis.
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Impunidade e desencarceramento: um sistema que falha na proteção ao cidadão
A crescente sensação de insegurança também é alimentada por uma legislação penal considerada ultrapassada e por políticas de desencarceramento que, segundo críticos, priorizam a reintegração dos infratores sem garantir a proteção das vítimas.
Medidas adotadas pelo governo federal, como a flexibilização de penas e o estímulo a saídas temporárias, têm sido apontadas como fatores que contribuem para a reincidência e para a percepção de impunidade.
Enquanto criminosos voltam às ruas com rapidez, a população permanece vulnerável, sem respaldo efetivo do Estado. O resultado é um ciclo perverso em que o medo se torna rotina e a justiça, uma promessa distante.
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População não aguenta mais
Mas o que fazer quando sair de casa é um ato de coragem? A resposta não é simples, mas os fatos são claros: o crime se espalhou, e o interior do país já não é mais refúgio.
Enquanto o país discute segurança pública em gabinetes, nas ruas, a população segue tentando sobreviver.
2025-08-28 07:00:00