saiba quem é o influencer preso por tráfico humano e exploração sexual infantil

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Quem é Hytalo Santos, influencer acusado de pedofilia e exploração de menores — Foto: Reprodução


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Na véspera, ele havia sido alvo de mandado de busca e apreensão. Quando as buscas foram realizadas, Hytalo não estava na mansão. A casa estava vazia, mas a máquina de lavar foi achada ligada. Segundo o juiz Adhailton Lacet, as equipes que cumpriram o mandado foram informadas pelo condomínio de Hytalo que “ele saiu com bastantes equipamentos” em um carro antes da chegada dos policiais.

No vídeo, que tem como título o termo “adultização” e já acumula quase 40 milhões de visualizações, são expostos conteúdos publicados por Hytalo que contém crianças e adolescentes sendo sexualizados publicamente e até mesmo tendo relações e comportamentos sexuais com outros menores.

Após a repercussão do caso, a Meta derrubou os perfis de Instagram de Hytalo e ‘Kamylinha Santos’, uma adolescente de 17 anos que participava dos conteúdos e se apresentava como “filha adotiva” do acusado. Em um posicionamento publicado na semana passada, Hytalo afirmou já ser alvo de uma denúncia do Ministério Público da Paraíba (MPPB) desde 2024 por conta dos mesmos crimes.

Hytalo Santos e ‘Kamylinha’: O influenciador e a adolescente tiveram os perfis banidos pelo Instagram — Foto: Reprodução

Há cerca de três meses, os dois chegaram a anunciar que Kamylinha estava grávida do irmão de Hytalo, o influenciador Hyago Santos, que é maior de idade. A gravidez teria sido interrompida dois meses depois após Kamylinha sofrer um aborto espontâneo.

Veja o vídeo em que Hytalo é denunciado:

Hytalo Santos, natural de Cajazeiras, no Sertão da Paraíba, ganhou projeção nas redes sociais por ‘adotar’ crianças e jovens, emancipados ou não, a quem chamava de ‘crias’, e expor a convivência dos menores entre si e com outras pessoas. As ‘crias’ eram abrigadas em imóveis nos quais eram organizados diversos ‘reality shows’ exibidos nas redes sociais.

Hytalo Santos e as menores de idade que chamava de 'crias' — Foto: Reprodução
Hytalo Santos e as menores de idade que chamava de ‘crias’ — Foto: Reprodução

Com a popularização dos vídeos, que incluiam dinâmicas e ‘brincadeiras’ de cunho sexual, outras crianças e adolescentes de diversos estados e que já atuavam como influencers nas redes sociais foram ‘incluídas’ no grupo, que era chamado de ‘Turma do Hytalo‘.

Kamylinha Silva foi a primeira menor a ser exposta pelo influenciador, ainda no ano de 2018, quando tinha 12 anos de idade. Em entrevista ao podcast Poddelas, Hytalo disse que a conheceu em uma aula de dança na cidade de Bayeux (PB), onde moram até hoje.

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Nos conteúdos postados pelo influenciador, bem como no vídeo de denúncia publicado por Felca, a jovem aparece tendo interações de cunho sexual com outros jovens e dançando de maneira sugestiva com pouca roupa em ambientes privados e públicos. Em um trecho, ela é vista dançando em cima do palco de uma festa, onde é filmada por adultos.

Antes do banimento da conta, Kamylinha tinha cerca de 11 milhões de seguidores no Instagram, enquanto a conta de Hytalo ostentava mais de 12 milhões de fãs. O influenciador também era responsável pelo perfil “Fartura Premiações”, no qual organiza rifas e sorteios de prêmios.

Na decisão desta quarta, Adhailton Lacet determinou a “expedição de mandado de busca e apreensão a ser cumprido no endereço do promovido [Hytalo] para apreensão de todos os aparelhos eletrônicos”, como celulares, computadores, câmeras, HDs e pen drives, utilizados por ele para “a gravação, edição, divulgação de conteúdos digitais, os quais deverão ser encaminhados, posteriormente, à autoridade policial para a realização de análise pericial para extração dos dados”.

O magistrado determinou ainda a suspensão imediata de todas as contas e perfis de Hytalo Santos nas redes sociais Instagram, Facebook, TikTok, YouTube e Facebook, entre outras, “enquanto perdurar a apuração dos fatos”. Ele também ordenou a notificação imediata dos provedores de aplicações para removeram conteúdos publicados por Hytalo em que apareçam crianças e adolescentes.

Adhailton Lacet também ordenou o afastamento de adolescentes do convívio com o investigado e de seus responsáveis legais, “devendo ser expedido ofício para o Conselho Tutelar” adotar medidas protetivas, como o acolhimento em instituição ou em família extensa.

O magistrado determinou a remessa dos autos ao Núcleos de Apoio da Equipe Multidisciplinar (Napem) para a realização de um estudo psicossocial com os adolescentes envolvidos a fim de verificar a necessidade de aplicação de outras medidas protetivas e a realização da escuta especializada dos adolescentes.

“A análise dos fatos narrados e das provas anexadas, tais como as mídias digitais e o procedimento administrativo, revela a presença de indícios contundentes de violações graves aos direitos fundamentais de crianças e adolescentes. A situação apresentada demonstra a exploração de suas imagens para fins de monetização, exposição a conteúdos inadequados e a um ambiente de vulnerabilidade, bem como a possível prática de ilícitos penais, como a incitação à pornografia infantil e o fornecimento de bebida alcoólica”, disse o magistrado.

Adhailton Lacet afirmou ser necessário “fazer cessar a situação de risco e de vulnerabilidade a que os adolescentes estão submetidos” e considerou “inaceitável que a busca por engajamento e lucro se sobreponha à dignidade e integridade física, psíquica e moral” dos mais jovens.

O Ministério Público da Paraíba conseguira liminar um dia antes, em outra ação, para a suspensão de todos os perfis em redes sociais do influenciador, com interrupção da monetização, e para o afastamento imediato dos adolescentes que vivem com ele. O paraibano foi proibido de ter qualquer contato com os jovens.



Conteúdo Original

2025-08-15 09:38:00

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