A tecnologia imita a natureza: como bichos, plantas e até fungos inspiram invenções geniais e esquisitas

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A tecnologia gosta de se vender como “inovadora”, “futurista” e “nunca antes vista”. Mas a verdade é que, na maior parte do tempo, ela é como copia e cola, só que da própria natureza.

Esse campo tem nome chique: biomimética. É a ciência (e a arte) de observar bichos, plantas, organismos e ecossistemas e dizer: “Hmm… vou fazer igual, mas com Wi-Fi.”

A seguir, algumas das cópias mais curiosas — e bem-sucedidas — que a humanidade já fez do trabalho gratuito e milenar da Mãe Natureza.

Velcro: o presente dos carrapichos
Em 1941, o engenheiro suíço George de Mestral voltou de um passeio com o cachorro e percebeu que sua roupa estava coberta de carrapichos. Ao examiná-los no microscópio, viu minúsculos ganchinhos que se prendiam aos tecidos. Resultado: nasceu o velcro, que hoje está em tênis, mochilas, jaquetas e na sua carteira de ferramenta que nunca fecha direito.

Painéis solares: copiando as folhas
A fotossíntese é basicamente a natureza transformando luz em energia — sem precisar pagar a conta para a concessionária. Cientistas pensaram: “Por que não fazer igual?” Assim nasceram os painéis solares, que ainda tentam chegar perto da eficiência de uma simples folha. Ou seja, as árvores são as verdadeiras powerbanks.

Telas antirreflexo: borboletas e mariposas dando aula
As asas das mariposas têm microestruturas que impedem reflexos indesejados — algo essencial para voar sem ser detectada por predadores. Cientistas copiaram esse design para criar lentes de câmera e telas antirreflexo. Ou seja, se sua selfie não tem aquele brilho estranho, agradeça a um inseto noturno.

Submarinos: golfinhos como consultores
O formato hidrodinâmico dos golfinhos e tubarões serviu de base para o design de submarinos e navios velozes. O truque? Reduzir o arrasto da água e ganhar velocidade sem gastar mais energia.

Trem-bala japonês: bico de pássaro para cortar o ar
O trem-bala original tinha um problema: ao sair de túneis, fazia um estrondo ensurdecedor. O engenheiro Eiji Nakatsu, que era também observador de aves, percebeu que o pássaro martim-pescador mergulha na água quase sem espalhar gota. Copiou o formato do bico, aplicou no trem e… silêncio. E ainda ficou mais rápido.

Então, sempre que um cientista aparece com “a mais nova tecnologia revolucionária”, pode apostar: alguém na natureza já fazia aquilo há milhões de anos, e sem precisar de manual de instruções. No fim das contas, a tecnologia não apenas imita a vida, mas vive de colar na prova da natureza — e, pelo visto, a professora nunca pegou no flagra.



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