alunos de escola cívico-militar cantam músicas do Bope no Paraná

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A Secretaria de Educação do estado afirmou que exigirá explicações sobre a rotina dos alunos — Foto: Reprodução / @appsindicato


Alunos de um colégio estadual cívico-militar de Curitiba, no Paraná, foram filmados cantando músicas que fazem apologia ao ódio e à violência. No último sábado (1), o Sindicato dos Professores e Funcionários de Escolas do estado (APP-Sindicato) publicou, em suas redes sociais, um vídeo denunciando o caso.

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Nas imagens, é possível ver um grupo de estudantes marchando em uma quadra cantando trechos da música “Homem de Preto”, canto atribuído ao Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro.

“Homem de preto, o que é que você faz? Eu faço coisas que assusta o satanás. Homem de preto, qual é sua missão? Entrar na favela e deixar o corpo no chão. O Bope tem guerreiros que matam fogueteiros. Com a faca entre os dentes, esfola eles inteiros. Mata, esfola, usando sempre o seu fuzil”, diziam as crianças.

A presidente do sindicato, Walkiria Mazeto, afirmou que cenas como essas são comuns no estado. “Absurdos como esse do vídeo não são casos isolados. Desde o início deste programa (unidades cívico-militares), temos recebido e denunciado ocorrências semelhantes e até piores em escolas que adotaram o modelo cívico-militar”.

Segundo a Secretaria de Educação do Paraná, o estado que já possui 312 colégios cívico-militares receberá mais 33. A decisão do aumento foi realizada através de uma consulta pública em escolas da rede estadual.

Em nota, a pasta ainda informou que os “cânticos” não condizem com a grade curricular das unidades e que convocou os diretores da escola para exigir explicações sobre a rotina dos estudantes.

“Os colégios cívico-militares têm se destacado em grandes projetos educacionais, como o Ganhando o Mundo e o Maratona Tech, torneio nacional de tecnologia no ensino que teve o Estado como grande campeão. Manifestações nessa linha não condizem com o compromisso do Paraná baseado em educação cidadã e transformadora”, acrescentou a Secretária.

Ainda de acordo com Walkiria Mazeto, as unidades são usadas como instrumentos ideológicos. “É chocante ver que a escola pública esteja sendo usada para promover uma doutrinação ideológica extremista, que prega o ódio, a violência, o massacre e o extermínio de comunidades periféricas. Isso é muito grave e reforça a nossa luta contra a militarização da educação e a urgência do Poder Judiciário determinar o fim desse programa ilegal e inconstitucional”, escreveu na publicação.

Estagiária sob supervisão de Alfredo Mergulhão



Com informações da fonte
https://oglobo.globo.com/brasil/noticia/2025/12/01/entrar-na-favela-e-deixar-corpo-no-chao-alunos-de-escola-civico-militar-cantam-musicas-do-bope-no-parana.ghtml

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