Nesta sexta (21), peritos da Polícia Federal (PF) especializados em incêndio foram enviados a Belém para concluir o laudo de perícia das causas do fogo na COP 30. Desde quinta, a PF está a cargo da investitação.
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Em nota, a Secretaria Extraordinária da COP informou que os peritos da Polícia Federal vão chegar na capital paraense nesta sexta, para dar prosseguimento e concluir a perícia.
No dia seguinte após o incêndio na Zona Azul da COP, seis pessoas permanecem internadas nos serviços de saúde de Belém, informa o governo federal. Os casos são relacionados à inalação de fumaça e crise de ansiedade, e não houve situação de queimaduras. Ao todo, houve 27 atendimentos em razão do incidente na quinta-feira (20).
No boletim enviado na manhã desta sexta (21), o Centro Integrado de Operações Conjuntas da Saúde (CIOCS), responsável pelo monitoramento e organização da assistência durante a COP30, informou que, das 27 pessoas atendidas em razão do incêndio, 21 já foram liberadas. Os seis pacientes restantes estão recebendo assistência nos serviços de saúde de Belém, em casos relacionados à inalação de fumaça e crise de ansiedade após o ocorrido, segundo o informe.
“As equipes de saúde municipal, estadual e federal seguem acompanhando e monitorando a assistência e o estado de saúde dos atendidos”, diz o boletim.
O CIOCS é coordenado pelo Ministério da Saúde em parceria com equipe do estado e do município.
Causa do fogo sob investigação
Ainda não há conclusão sobre as causas do fogo na COP. Os Bombeiros são responsáveis pela perícia, e, segundo o governo do Pará, as investigações oficiais são de responsabilidade da Secretaria Extraordiária da COP, do governo federal.
O fogo começou pouco após as 14h e levou cerca de seis minutos para ser debelado. Às 20h40, o acesso ao pavilhão foi liberado, depois que “as autoridades brasileiras restabeleceram as condições de operação no espaço da conferência”, como informou aos participantes a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), braço da ONU que conduz a conferência. “Após uma avaliação de segurança, informamos que o local foi inspecionado e considerado seguro pelo Corpo de Bombeiros”, acrescentava o comunicado. Após a reabertura, um pano branco isolava a área que pegou fogo, que “ficará isolada até a conclusão da conferência”.
O governo do Pará declarou que as chamas podem ter sido provocadas por um curto-circuito em um aparelho de micro-ondas. Já o ministro do Turismo, Celso Sabino, explicou que o incêndio pode ter sido iniciado com um celular que estava carregando no pavilhão.
O coordenador do Observatório do Clima, Claudio Angelo, afirmou que o incêndio é algo inédito na conferência:
— Nunca houve, em 30 anos de Convenção do Clima, uma Zona Azul pegando fogo. A relação da ONU com a Casa Civil não poderia ficar pior do que já está — disse Angelo.

