O prédio onde funcionou a maternidade Pro Matre, de 1919 até 2009 na Avenida Venezuela, na Praça Mauá, será transformado no espaço Rio-África, que terá o objetivo de celebrar diversas culturas da diáspora africana. A criação do centro de memória foi incluído no projeto Praça Onze Maravilha, lançado ontem pelo prefeito Eduardo Paes, como parte das comemorações do Dia da Consciência Negra, na quadra da escola de samba Estácio de Sá.
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O imóvel foi comprado pela construtora Cury, que queria fazer um residencial no local, mas o projeto não foi aprovado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) pela proximidade com o Cais do Valongo. A área foi cedida, então, ao município, que pretende inaugurar o espaço cultural até 2028.
— No licenciamento de projetos urbanísticos, a prefeitura indica contrapartidas de serviços públicos. Uma dessas contrapartidas foi executar esse projeto — explicou Leonardo Mesquita, vice-presidente da Cury.
O Dia da Consciência Negra movimentou o Centro do Rio desde cedo, com eventos espalhados pela Pequena África e arredores. Da Praça Onze ao Largo da Prainha, passando pelo Cais do Valongo, turistas, moradores e movimentos culturais transformaram a região em um espaço de memória, música e rituais.
Tia Ciata
Ainda pela manhã, o Cortejo da Ciata deu início aos festejos, com concentração no Terreirinho da Ciata, no Centro de Artes Calouste Gulbenkian. A caminhada homenageia Tia Ciata, ialorixá, matriarca do samba e figura marcante da região conhecida como Pequena África. Este ano, além das centenas de pessoas que tradicionalmente seguem o movimento, Eduardo Paes arrastou para o cortejo milhares de pessoas que se reuniram na quadra da Estácio de Sá.
Pouco antes, a prefeitura anunciava na quadra o programa Praça Onze Maravilha, com ações que somam investimentos de R$ 1,75 bilhão, por meio de parceria público-privada. Entre os destaques, estão a demolição do Viaduto Trinta e Um de Março e a construção da Biblioteca dos Saberes.
Quem decidiu sair da Rua Benedito Hipólito, local de concentração do cortejo, e passar pela Avenida Presidente Vargas, se deparou com outro evento, junto ao busto de Zumbi. Lá, foi montada uma feira de empreendedores negros de diferentes áreas, como moda, artesanato e literatura. Havia ainda uma programação artística, que incluía a apresentação dos blocos Òrúnmilá e Filhos de Gandhi.
— A alegria também é arma antirracista. Décadas atrás, quase não se falava do 20 de Novembro. Hoje, já falamos de novembro negro — disse Luiz Negro Dum, presidente do Conselho Estadual dos Direitos do Negro (Cedine).
À tarde, foi feita homenagem a mulheres negras que militam na causa antirracista. Entre elas, Selminha Sorriso, porta-bandeira da Beija-Flor de Nilópolis.
—Fui pega de surpresa. Estava curtindo o evento — revelou Selminha.
No Cais do Valongo, por onde chegaram negros escravizados no Rio, o dia também foi celebrado pelo grupo Macumba Carioca.
Com informações da fonte
https://extra.globo.com/rio/noticia/2025/11/predio-da-pro-matre-vai-se-transformar-na-rio-africa-iniciativa-integra-projeto-praca-onze-maravilha-lancado-no-dia-da-consciencia-negra.ghtml
Prédio da Pro Matre vai se transformar na Rio-África; iniciativa integra projeto Praça Onze Maravilha, lançado no Dia da Consciência Negra

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