A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado convidará, a partir da primeira semana de dezembro, 22 autoridades de 11 estados brasileiros para prestar esclarecimentos sobre o avanço das facções criminosas no país. Entre os nomes mais aguardados está o do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, que se tornou símbolo de uma ofensiva sem precedentes contra o crime organizado após a polêmica, porém amplamente apoiada, Operação Contenção.
CPI mira fragilidades do sistema prisional
O presidente da CPI, senador Fabiano Contarato (PT-ES), afirmou que o sistema prisional brasileiro “permite o florescimento de uma justiça paralela” e criticou a desarticulação entre os estados. “Cada presídio funciona de um jeito. Cada sistema fala uma língua. E o crime organizado escuta todas”, disparou. Durante a sessão desta quarta-feira (19), os senadores ouviram o diretor de Inteligência Penal da Secretaria Nacional de Políticas Penais, Antônio Glautter de Azevedo Morais. O foco foi a atuação das facções a partir dos presídios e a necessidade de uma política nacional de segurança integrada.
Recentemente, o governador Cláudio Castro sancionou o Pacote de Enfrentamento ao Crime Violento (PEC-RJ), consolidando sua postura de linha dura contra a criminalidade dentro das cadeias do estado. Aprovada em outubro, a Lei nº 10.994 institui medidas como o uso de inteligência artificial para monitoramento de egressos do sistema prisional, restrição de visitas íntimas a presos por crimes hediondos e internação mínima de dois anos para adolescentes infratores. A iniciativa, de autoria do presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar, foi celebrada por Castro como um avanço estrutural na segurança pública fluminense.
Castro no centro da guerra contra o crime
Após liderar a Operação Contenção — considerada a maior e mais eficaz da história do país, com mais de 100 criminosos mortos em confrontos com o Comando Vermelho — Cláudio Castro passou a ser visto como o rosto de uma política de segurança pública mais dura e assertiva. A ação, que contou com o apoio de cerca de 80% da população fluminense, segundo levantamentos recentes, foi classificada por sua gestão como um “divisor de águas” no enfrentamento ao crime.
Lista de autoridades convidadas
Além de Cláudio Castro, a CPI ouvirá também os governadores e secretários de segurança de estados como São Paulo, Bahia, Pernambuco, Ceará, Alagoas, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Amapá e o Distrito Federal. A ordem das oitivas será definida pelos senadores Contarato e Alessandro Vieira (MDB-SE).

