‘Pena de morte já existe no Brasil’, dispara relator da PEC da Segurança

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O relator da PEC da Segurança Pública, deputado Mendonça Filho (União-PE), voltou a criticar a proposta enviada pelo governo federal. Em audiência pública nesta terça-feira (18), ele classificou o texto como “superficial” e defendeu mudanças estruturais profundas. “No Brasil, a pena de morte já existe — é o tribunal do crime nas comunidades. O criminoso precisa temer o Estado”, afirmou, em referência ao poder paralelo exercido por facções.

Zero progressão e PM registrando BO

Mendonça foi enfático: “No que depender de mim, crime hediondo não terá progressão de pena. Zero progressão.” Uma das novidades que pretende incluir na PEC é a autorização para que policiais militares registrem ocorrências simples, liberando a Polícia Civil para se concentrar em investigações complexas. A medida, segundo ele, busca desafogar o sistema e aumentar a efetividade operacional.

Do Carbono Oculto ao Morro do Alemão

O relator comparou operações de inteligência com ações em territórios dominados por facções. Citou a Operação Carbono Oculto — que desarticulou esquemas de lavagem de dinheiro envolvendo fintechs e distribuidoras de combustíveis — como exemplo de atuação sofisticada. Mas alertou que o enfrentamento em áreas como a Penha e o Morro do Alemão exige outra abordagem: “Vai entrar lá como? Soltando flores? Não dá.”

Integração sem subordinação

Mendonça Filho defende maior articulação entre União, estados e municípios, mas com respeito à autonomia federativa. Embora a PEC 18/25 proponha um modelo mais integrado, o relator demonstrou reservas ao termo “coordenação”, por entender que ele sugere subordinação. “Cooperação, sim. Subordinação, não.”

Especialistas pedem integração e dados

Durante a audiência, especialistas reforçaram a importância da coordenação. Carolina Ricardo, do Instituto Sou da Paz, destacou seis pilares para uma segurança pública eficaz: integração diária entre polícias, coleta de dados, articulação entre prevenção e repressão, financiamento, operações conjuntas e equilíbrio federativo.

Renato Sérgio de Lima, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, defendeu que a PEC estabeleça um nível mínimo de coordenação para enfrentar problemas interestaduais, como o tráfico de drogas entre o Amazonas e o Rio de Janeiro.

Visão realista e cobrança por justiça

O presidente da comissão especial, deputado Aluisio Mendes (Republicanos-MA), classificou a visão do relator como “realista” e afirmou que a proposta deve sair da Câmara como uma resposta concreta à sociedade. Já o deputado Coronel Meira (PL-PE) resumiu o sentimento popular: “A sociedade clama por justiça.”

A PEC 18/25 segue em debate na comissão especial e promete acirrar os ânimos entre governo e oposição — com segurança pública no centro da disputa.



Com informações da fonte
https://coisasdapolitica.com/politica/19/11/2025/pena-de-morte-ja-existe-no-brasil-dispara-relator-da-pec-da-seguranca

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