Uma nova etapa da “Operação Contenção” foi deflagrada nesta terça-feira, tendo como principal ofensiva a expansão territorial do Comando Vermelho. Segundo a Polícia Civil, o objetivo é atacar a estrutura financeira e logística da facção. Um dos alvos é o homem apontado como “Mentor de Barricadas”, que financia e viabiliza material para a construção das barreiras que impedem o direito de ir e vir dos moradores e limita o acesso a serviços básicos. Até o momento, 15 criminosos foram presos, segundo o “Bom Dia Rio”, da TV Globo, entre eles o alvo principal da ação, que se apresentava como empresário do ramo da reciclagem mas, segundo a polícia, chefiava o braço financeiro da organização criminosa, com operações de lavagem e apoio logístico ao tráfico. As investigações apontam que parte dos recursos para erguer e manter as barricadas é proveniente da receptação e comercialização de cobre e outros metais furtados.
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A ação destina-se ao cumprimento de 41 mandados de prisão e de busca e apreensão, além do bloqueio de R$ 217 milhões em bens e valores e interdição de oito ferros-velhos. As diligências acontecem no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Minas Gerais. O trabalho conta com a participação de agentes da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF), da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) e de unidades do Departamento-Geral de Polícia Especializada (DGPE).
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— Essa fase da ‘Operação Contenção’ representa um golpe direto na espinha estrutural e econômica do Comando Vermelho, visando asfixiar financeiramente a facção e restringir sua capacidade de domínio territorial — afirmou o secretário de Polícia Civil, delegado Felipe Curi.
Segundo a polícia, a apuração comprovou que ferros-velhos ligados ao tráfico de drogas funcionavam como núcleos de lavagem de dinheiro e de apoio operacional, sendo fundamentais também para financiar a instalação e reconstrução de barricadas, que impedem a ação policial, para custear atividades de vigilância armada e manutenção de pontos de venda de drogas e para fortalecer o controle territorial em comunidades da Zona Norte, Baixada Fluminense e Região Metropolitana.
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As análises financeiras conduzidas pela DRF revelaram movimentação ilícita superior a R$ 217 milhões, valor considerado incompatível com as atividades declaradas pelos investigados. Diante disso, foram representados e deferidos ordem de bloqueio integral de valores e ativos financeiros vinculados à facção e seus operadores, sequestro de imóveis de luxo no Recreio dos Bandeirantes, utilizados para blindagem patrimonial, sequestro de veículos de alto padrão, pertencentes ao núcleo financeiro, interdição de oito ferros-velhos, centrais no escoamento de cobre furtado e lavagem de capitais, e afastamento compulsório de sócios e responsáveis legais, para cessar imediatamente a continuidade da atividade criminosa.
O principal alvo da operação, o “Mentor de Barricadas”, se apresentava como empresário do ramo da reciclagem. As investigações, porém, revelaram que ele liderava o braço financeiro da organização criminosa. financiava o Comando Vermelho, lavando dinheiro oriundo da receptação de cobre, fornecia materiais para construção e reforço de barricadas e atuava como elo entre os ferros-velhos e o tráfico, promovendo a integração logística e financeira da facção.
