CV movimentou R$ 30 milhões; vereador é preso em operação na Baixada

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Investigações da Polícia Civil do Rio de Janeiro indicam que o Comando Vermelho movimentou cerca de R$ 30 milhões em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, ao longo dos últimos 11 meses. De acordo com a Delegacia de Repressão a Entorpecentes da Capital (DRE-Cap), os valores seriam provenientes do tráfico de drogas e da exploração de outros serviços ilegais na região.

“Essa movimentação está diretamente ligada ao comércio de entorpecentes e a atividades ilícitas diversas naquele território”, afirmou o delegado Paulo Saback, responsável pela investigação.

Durante uma operação realizada na manhã desta sexta-feira (14), agentes prenderam o vereador de São João de Meriti, Marcos Henrique Matos de Aquino (Republicanos). Ele é irmão de Luiz Paulo Matos de Aquino, um dos alvos da ação, que não foi localizado.

A Polícia Civil aponta Luiz Paulo como suspeito de ligação com o Comando Vermelho. Já o vereador — o mais votado nas últimas eleições — foi detido em flagrante após agentes encontrarem, em seu carro, uma pistola, caixas de medicamentos controlados sem procedência e uma placa legislativa.

Segundo o delegado Saback, o vereador teria interferido na ação policial realizada no imóvel pertencente ao irmão. “Realizamos buscas nele e no veículo que utilizava, onde localizamos a arma, os medicamentos e outros materiais apreendidos, como celular, mídias e placas de veículos. A partir disso, um novo desdobramento da investigação será conduzido”, explicou.

Oito presos em desdobramento da Operação Contenção

A ação desta sexta-feira é parte da Operação Contenção, que mira a expansão do Comando Vermelho na Baixada Fluminense. Policiais civis de delegacias especializadas e equipes do Bope cumpriram mandados nas localidades da Bacia do Éden, Castelinho e áreas próximas.

Ao todo, foram expedidos 33 mandados de busca e apreensão e 16 de prisão temporária. Oito pessoas foram presas, incluindo quatro que já eram alvos dos mandados. Os agentes apreenderam duas pistolas, além de drogas e medicamentos.

As investigações também apontam tentativas da facção de ampliar sua presença na esfera política. Segundo a Polícia Civil, há indícios de que o Comando Vermelho busca se aproximar de agentes públicos para proteger interesses criminosos e conferir aparência de legitimidade às suas ações.

“Não só o Comando Vermelho, como outras organizações criminosas, tem procurado ingressar na política para legitimar suas práticas ou defender seus objetivos. Nossas equipes de inteligência monitoram esses movimentos e, diante de qualquer indício, iniciam investigações para obter medidas judiciais cabíveis. Recebemos frequentemente informações sobre indivíduos que atuam ou tentam atuar na política com fins ilícitos. Se estiverem cometendo crimes, nosso objetivo é prendê-los”, afirmou Saback.

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Rodrigo Da Matta é formado em Jornalismo, Radialismo e Marketing, com especialização em Comunicação Governamental e Marketing Político pelo IDP. Atualmente, é graduando em Publicidade e Propaganda, Ciências Políticas e Gestão Pública.
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