A Polícia Civil do Rio de Janeiro (PCERJ) realiza, na manhã desta terça-feira (4/11), uma operação contra esquema de desvio de verba pública destinada a creches na zona oeste da cidade. Pelo menos 28 pessoas são alvos de mandados de busca e apreensão, entre elas a vereadora Gigi Castilho (Republicanos-RJ).
Segundo as investigações da PCERJ, uma das creches conveniadas recebeu aproximadamente R$ 9 milhões em apenas seis meses. Além disso, 816 saques em espécie foram realizados, totalizando cerca de R$ 1,5 milhão.
De acordo com a polícia, “a movimentação, caracterizada por retiradas frequentes e em dinheiro vivo, mostrou-se totalmente incompatível com o perfil e a natureza de uma instituição educacional conveniada”.
Durante a operação, os agentes encontraram documentos, computadores, celulares, mídias eletrônicas e materiais contábeis. O material foi encaminhado para análise e fará parte da investigação. A vereadora não estava em casa no momento da busca e apreensão.
Por nota, a Polícia Civil informou que “as investigações prosseguem para identificar todos os beneficiários e responsáveis pela movimentação irregular dos recursos, bem como eventuais servidores públicos que possam ter colaborado para a execução das fraudes”.
A reportagem do Metrópoles também procurou a vereadora, mas, até o momento da publicação desta matéria, não houve retorno.
Veja o momento da busca e apreensão:
O esquema
As autoridades desconfiam que se trata de uma organização criminosa responsável pela criação de empresas fantasmas. O objetivo dos envolvidos era justificar repasses de verbas públicas da Prefeitura do Rio de Janeiro, destinadas a sete creches conveniadas, na zona oeste, por meio de notas fiscais superfaturadas.
O esquema funcionava da seguinte forma: as empresas simulavam a prestação de serviços e o fornecimento de produtos que nunca eram entregues. As notas fiscais falsas eram apresentadas à secretaria municipal competente como comprovação de despesas, permitindo o recebimento e a manutenção de altos valores provenientes de recursos públicos, de acordo com as investigações da polícia.
A investigação ainda mostra que o grupo montou um complexo sistema de fraudes que envolvia representantes das instituições conveniadas e empresas de fachada abertas em nome de laranjas.
