As forças de segurança do estado fizeram uma coletiva de imprensa, nesta quarta-feira (29), na Cidade da Polícia, e apresentaram o balanço da megaoperação realizada nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte, na terça-feira (28). Segundo as autoridades policiais, houve 121 mortos, sendo 117 suspeitos e 4 policiais e 118 armas apreendidas – sendo 91 fuzis – além de toneladas de drogas apreendidas. As autoridades ainda mostraram imagens dos supostos traficantes infiltrados nas matas, vestindo roupas camufladas, acessórios normalmente usados por policiais.
O secretário de Segurança Pública, Victor dos Santos, ressaltou que houve um intenso trabalho de inteligência e planejamento para prévio à execução da operação policial.
“É uma área de mais de 9 milhões de metros quadrados de desordem no município, com uma aglomeração de pessoas que traz um risco significativo para a operação. Uma investigação de aproximadamente um ano, onde envolveu todas as polícias do Rio e de outros estados, principalmente do estado de Pará. Todo o trabalho de inteligência; todo esse conhecimento foi necessário para que houvesse um planejamento muito minucioso de como deveria ser a fase ostensiva dessa operação, ou seja, quando os policiais, efetivamente, estariam prontos para cumprir as centenas de mandados de prisão e de busca e apreensão”, declarou o secretário.
O secretário da Polícia Militar, coronel Marcelo de Menezes lembrou que as forças de segurança se prepararam para esta operação, a qual classificou como planejada, com mais de 60 dias de intenso planejamento.
Para delegado Felipe Curi ‘chacina é a morte indiscriminada e ilegal de várias pessoas’
O secretário de Segurança Pública, Felipe Curi, destacou as perdas dos policiais e falou o que considera uma chacina.
“Nós tivemos quatro grandes heróis, que deram a sua vida pela sociedade. Chacina é morte indiscriminada e ilegal de várias pessoas. O que fizemos foi ação em legítima defesa. Quem optou pelo confronto foi neutralizado (morto) e quem se entregou foi preso”, afirmou o delegado.
Felipe Curi, lembrou ainda, que a operação de ontem foi o maior baque que o Comando Vermelho teve:
“A operação de ontem foi no QG (Quartel General) do Comando Vermelho. Foi o maior baque que o comando já tomou em toda sua história, desde a sua fundação no final da década de 70. Nem em 2010, na ocupação do Alemão, o Comando Vermelho tomou um baque tão grande com a perda tão grande de armas, de drogas e, principalmente, de lideranças”.
A operação nos Complexos da Penha e do Alemão já é a mais letal não apenas na história do Rio, mas de todo o país. Pelo menos 64 corpos foram levados para a Praça São Lucas na manhã desta quarta-feira (29). Somando às 64 contabilizadas originalmente pela polícia na terça, o total de mortes já chega a 128. O número ainda pode aumentar nas próximas horas, já que há relatos de outros corpos abandonados em áreas de mata.
