Castro admite que estado teve sua capacidade de combater o crime ultrapassada e que pedidos de blindados das Forças Armadas foram negados

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Cláudio Castro e autoridades de segurança falam sobre a operação em entrevista coletiva — Foto: João Vitor Costa/Agência O Globo


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— Essa operação de hoje tem muito pouco a ver com Segurança Pública. É uma operação de defesa, um estado de defesa. É uma guerra que está passando os limites de onde o estado deveria estar sozinho defendendo. Para uma guerra dessa, que nada tem a ver com a segurança urbana, deveríamos ter um apoio muito maior e, talvez até, das Forças Armadas. É uma luta que já extrapolou toda a ideia de Segurança Pública e daquilo que está na Constituição Federal, quando você tem essa quantidade de armas que vem do tráfico internacional, essa quantidade de poder bélico que vem de um financiamento feito por lavagem de dinheiro. Não é mais só responsabilidade do estado — disse o governador durante uma entrevista coletiva no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), na Cidade Nova. — O Rio de Janeiro está completamente sozinho nessa luta hoje.

Castro cobrou “um trabalho de integração muito maior com as forças federais” e disse que pediu o apoio de blindados das Forças Armadas por três vezes, mas os pedidos foram negados. Para a operação desta terça-feira, o governador disse não ter pedido a ajuda federal, mas que não vai transformar o caso numa batalha política.

— Já entendemos haver a política é de não ceder (blindados das Forças Armadas). Falaram que tem que ter uma GLO (Garantia de Lei e Ordem). Depois, (disseram) que poderiam emprestar e voltaram atrás, porque o servidor que opera o blindado é federal e deveria ter a GLO, enquanto o presidente já falou que é contra a GLO — afirmou Castro. — A gente não vai ficar chorando pelos cantos, vamos ficar trabalhando.

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O governador afirmou ainda que o Rio está em “estado de atenção e alerta para possíveis retaliações” de traficantes por causa da operação. Cláudio Castro confirmou que outra localidade sendo afetada com efeitos da megaoperação desta terça-feira é o Complexo do Chapadão, também na Zona Norte, onde ônibus foram atravessados nas ruas, usados como barricadas por criminosos

— Tem toda ligação (com a operação na Penha e no Alemão). Eles estão fazendo de tudo para tirar a polícia de lá, porque os líderes estariam encurralados. Então essa é uma forma aprendida por eles — disse Castro, anunciando que também houve tentativa de bloqueio da Avenida Brasil, principal via expressa da cidade. — A polícia está toda na rua e todos os batalhões estão em prontidão.

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O objetivo da ação desta terça-feira é cumprir mandados de prisão contra integrantes do Comando Vermelho (CV), 30 deles de fora do Rio, escondidos nos dois conjuntos de favelas, identificados pela investigação como bases do projeto de expansão territorial do CV. Até o fim da manhã, 56 pessoas foram presas e 31 fuzis foram apreendidos na ação, que mobiliza 2,5 mil policiais e também promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ).



Com informações da fonte
https://oglobo.globo.com/rio/noticia/2025/10/28/castro-admite-que-estado-ultrapassou-sua-capacidade-de-combater-crime-e-que-pedidos-de-blindados-das-forcas-armadas-foram-negados.ghtml

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