‘Quem ficar, morre’: facção cria cidade fantasma no Ceará e governo do PT é acusado de omissão

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Morada Nova (CE) — Uiraponga, distrito rural de Morada Nova, no interior do Ceará, tornou-se o retrato mais cruel da ausência do Estado. Após ameaças de uma facção criminosa que decretou “quem ficar, morre”, cerca de duas mil pessoas abandonaram suas casas em julho deste ano. Três meses depois, o local permanece deserto, com escolas, igrejas, postos de saúde e até o destacamento policial fechados. O governo estadual, liderado por Elmano de Freitas (PT), é acusado de omissão e de tentar encobrir a gravidade da crise.

O especialista em segurança pública e presidente do União Brasil no Ceará, Capitão Wagner, voltou ao distrito pela quarta vez em outubro e denunciou o que chamou de “abandono institucionalizado”. “O PT mente diante de uma cidade abandonada. A vice-governadora Jade Romero teve a coragem de dizer que está tudo normalizado. Eu estive lá. Está tudo fechado. Não há ninguém. As famílias seguem sem qualquer assistência”, afirmou Wagner.

 

Três meses depois, o local permanece deserto, com escolas, igrejas, postos de saúde e até o destacamento policial fechados

A fuga em massa foi provocada por uma série de ameaças que começaram com bilhetes e áudios enviados por aplicativos de mensagem. Em poucas horas, famílias inteiras deixaram tudo para trás — móveis, animais, plantações e sonhos. Carros lotados, crianças chorando no colo das mães e muros pichados com mensagens de terror compuseram o cenário do êxodo forçado.

Apesar da prisão de um dos líderes da facção em julho, o medo persiste. A Polícia Civil afirma que a situação está sob controle, mas os moradores não retornaram. “O Estado pode dizer o que quiser, mas quem viveu o terror sabe que não é seguro voltar”, relatou um ex-morador à imprensa local.

Em poucas horas, famílias inteiras deixaram tudo para trás — móveis, animais, plantações e sonhos

Wagner também criticou a ausência de representantes do governo estadual no local. “Nem o governador Elmano, nem o secretário de Segurança, nem a Secretaria de Direitos Humanos pisaram em Uiraponga. As famílias foram tratadas como invisíveis. São refugiados dentro do próprio país”, declarou.

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A vice-governadora Jade Romero, por sua vez, afirmou em entrevista que “a situação está sendo monitorada” e que “ações estão em curso para garantir a segurança e o retorno das famílias”. No entanto, até o momento, não há cronograma oficial para a retomada da normalidade no distrito.

Enquanto isso, Uiraponga permanece como símbolo de um Estado ausente, onde o crime impôs suas regras e o poder público ainda não conseguiu reverter o medo em esperança.



Com informações da fonte
https://coisasdapolitica.com/politica/23/10/2025/quem-ficar-morre-faccao-cria-cidade-fantasma-no-ceara-e-governo-do-pt-e-acusado-de-omissao

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