Visitantes aguardam a abertura do Museu do Louvre, nesta quarta-feira (22)Thibaud Moritz / AFP
A polícia continua procurando os quatro criminosos que executaram o assalto na manhã do último domingo (19) na Galeria de Apolo do museu, o mais visitado do mundo.
Às 9h locais (4h de Brasília), horário habitual de abertura, os primeiros visitantes começaram a entrar no estabelecimento. A Galeria de Apolo, no entanto, permanece fechada.
Os ladrões roubaram nove joias, incluindo uma tiara de pérolas da imperatriz Eugênia e um conjunto de colar e brincos de safiras da rainha Maria Amélia. Durante a fuga, uma das peças, uma coroa, foi abandonada.
Os bandidos estacionaram um caminhão com uma escada mecânica em uma das fachadas do Louvre. Dois deles subiram até o primeiro andar do museu e, com uma serra circular, entraram na sala através de uma janela.
‘Suposta mudança’
Os detalhes do roubo serão revelados com o avanço das buscas.
Os criminosos conseguiram o veículo com a plataforma elevatória por meio de “um pseudoaluguel para uma suposta mudança”, segundo a promotora de Paris, Laure Beccuau.
“Quando um dos funcionários da empresa compareceu ao local da mudança, encontrou dois homens ameaçadores, mas que não empregaram nenhuma violência contra ele”, acrescentou.
A promotora também explicou que o curador do Louvre avaliou os danos em 88 milhões de euros (102 milhões de dólares, quase R$ 550 milhões), uma quantia “extremamente impressionante”, mas que “não é de forma alguma paralela ou comparável aos danos históricos”.
Beccuau advertiu que os ladrões “não ganharão” esta quantia “se tiverem a péssima ideia de fundir essas joias”.
A estimativa faz deste um dos roubos de obras de arte mais importantes das últimas décadas, mas o valor ainda é muito inferior ao prejuízo causado pelo assalto no Museu Isabella Stewart Gardner, de Boston, Estados Unidos, em 1990, avaliado em pelo menos 500 milhões de dólares (R$ 2,69 bilhões, na cotação atual).
Vitrines seguras
Segundo a instituição, “as vitrines instaladas em dezembro de 2019 representaram um avanço considerável em termos de segurança, pois o grau de obsolescência dos equipamentos antigos era evidente”.
Nesta quarta-feira, muitos aguardavam ansiosos para entrar no museu, o mais procurado do mundo, com nove milhões de visitantes em 2024, 80% deles estrangeiros.
“Nós reservamos para hoje, não teríamos outra oportunidade de voltar”, disse Fanny, que viajou com a filha de Montpellier, no sul da França.
A presidente do Louvre, Laurence des Cars, comparecerá nesta quarta-feira à Comissão de Cultura do Senado para tentar explicar como o roubo foi possível.
Des Cars, que em 2021 se tornou a primeira mulher a comandar o Louvre, não se pronunciou publicamente desde o incidente.
A ministra da Cultura, Rachida Dati, descartou qualquer “falha de segurança interna” no museu porque os dispositivos “funcionaram”.
Dati questionou, em contrapartida, a falta de segurança “na via pública”, o que permitiu aos ladrões estacionar um caminhão com escada mecânica e entrar por uma janela.