CPI pode investigar caso dos corpos mumificados no Hospital Salgado Filho

Tempo de leitura: 2 min

O caso dos quatro corpos encontrados mumificados no necrotério do Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier, no início de outubro, pode se tornar alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara Municipal do Rio. O vereador Rogério Amorim (PL), líder do partido na Casa, apresentou um requerimento para a criação da comissão e iniciou a coleta de assinaturas entre os parlamentares.

Segundo Amorim, o objetivo é apurar possíveis crimes de ocultação de cadáveres, fraude processual, prevaricação e eventual interferência de grupos armados na rede municipal de saúde. “O caso revela um crime institucionalizado de invisibilidade humana”, declarou o vereador.

Caso seja instalada, a CPI também deverá investigar se situações semelhantes ocorrem em outros hospitais da cidade. Para que a comissão seja criada, são necessárias 17 assinaturas — até o momento, o documento conta com o apoio de 11 vereadores.

Audiência pública
Enquanto busca os apoios restantes, Rogério Amorim convocou uma audiência pública para discutir o caso. O encontro da Comissão Permanente de Segurança e Ordem Pública está marcado para esta quinta-feira (23), às 10h, e contará com representantes do Instituto Médico Legal (IML) e da Polícia Civil.

Entenda o caso
A situação veio à tona no início de outubro, durante uma operação da Polícia Civil que apurava supostas irregularidades, como fraude processual e vilipêndio de cadáver. Durante a ação, agentes encontraram quatro corpos em avançado estado de decomposição, alguns deles mumificados. A suspeita era de que o hospital teria demorado a comunicar os óbitos às autoridades competentes.

Na ocasião, a Secretaria Municipal de Saúde negou a existência de atrasos nas notificações e informou que, no dia da operação, apenas dois corpos estavam no necrotério — um em processo de identificação e outro aguardando remoção para o IML. A pasta afirmou ainda que o hospital não tinha interesse em atrasar a identificação de nenhum corpo, afastou a funcionária responsável pelo setor e instaurou uma sindicância interna para apurar o ocorrido.

Compartilhe este artigo
Rodrigo Da Matta é formado em Jornalismo, Radialismo e Marketing, com especialização em Comunicação Governamental e Marketing Político pelo IDP. Atualmente, é graduando em Publicidade e Propaganda, Ciências Políticas e Gestão Pública.
Nenhum comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *