A arquiteta Daniela Marys Oliveira, de 35 anos, natural de Minas Gerais, aguarda julgamento no Camboja após ter sido detida sob acusação de posse de entorpecentes. Formada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a brasileira é descrita pela família como vítima de uma rede de tráfico humano e exploração de trabalho.
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O caso tem gerado comoção entre os familiares, que buscam apoio jurídico e consular enquanto Daniela permanece encarcerada em condições precárias na cidade de Sisophon.
Antes da viagem ao sudeste asiático, Daniela levava uma vida marcada pelo empreendedorismo e um estilo de vida ativo. Em suas redes sociais, ela se apresentava como arquiteta e urbanista, com experiências profissionais no setor imobiliário, tanto em João Pessoa (PB), onde morava antes da viagem, quanto em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Ela também atuava com consultorias motivacionais, voltadas ao planejamento de metas pessoais. Nas imagens compartilhadas por ela, predominam registros ainda no Brasil, no início de 2025, sem qualquer menção ao destino que mudaria o rumo de sua vida.
A arquiteta já havia vivido no exterior anteriormente. Em 2019, passou um período em San Diego, na Califórnia, onde aprimorou seu inglês, o que, segundo a família, teria sido determinante para aceitar a suposta proposta de trabalho no Camboja. Daniela relatou aos parentes que atuaria com atendimento de telemarketing e tradução, em um contrato temporário que poderia durar até um ano. Desempregada na época, ela teria recebido o convite por meio de um grupo em um aplicativo de mensagens. Apesar das preocupações levantadas pelos familiares sobre os riscos de trabalhar em outro país, ela garantiu que estaria segura.
Entretanto, ao chegar ao Camboja, em 30 de janeiro, a situação se mostrou bem diferente. Daniela passou o mês de fevereiro confinada em um complexo fechado, sem permissão para sair, sem acesso ao trabalho e com o passaporte retido. Apenas em março ela teria começado a exercer as atividades prometidas. Foi também nesse mês que acabou sendo presa ao voltar de um treinamento. A polícia local alegou que ela portava três pílulas de uma substância não identificada, a acusação inicial de tráfico foi reclassificada como posse e uso de drogas.
O episódio se agravou com relatos de extorsão. De acordo com Lorena, irmã de Daniela, criminosos utilizaram o celular da brasileira para enviar mensagens à família, fingindo ser ela. Nos textos, exigiam dinheiro sob ameaça de “vendê-la” caso o valor de uma suposta multa não fosse pago. Os parentes, desesperados, realizaram transferências que totalizaram R$ 27 mil, sem saber quem efetivamente recebeu o dinheiro.
A família acredita que Daniela foi vítima de um esquema criminoso após se recusar a participar de fraudes que seriam impostas por seus empregadores. Ela teria comunicado à família sua intenção de voltar ao Brasil, por não concordar com os métodos ilícitos que lhe foram apresentados. Pouco tempo depois, veio a prisão.
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Atualmente, Daniela está detida em um presídio superlotado, onde divide cela com outras 89 mulheres, em condições descritas como degradantes. Conforme relato de sua irmã, o local não possui saneamento básico, e itens essenciais como alimentos e medicamentos precisam ser pagos. O ambiente, segundo Lorena, reforça a suspeita de que sua irmã está sendo injustamente mantida em um sistema que revitimiza pessoas atraídas por falsas promessas de trabalho.
O julgamento de Daniela está previsto para o próximo dia 23 de outubro. Diante das barreiras linguísticas, ela não fala o idioma local, a família tem apelado ao governo brasileiro para que um representante consular acompanhe a audiência e garanta o direito de defesa da arquiteta. Até o momento, não há informações sobre os responsáveis pela proposta de emprego nem sobre a suposta organização envolvida no caso.