Odete Roitman está vivíssima; entenda

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O último capítulo de “Vale tudo” vai ao ar na próxima sexta-feira, dia 17 de outubro, desvendando o segredo tão aguardado: quem matou Odete Roitman? Desde que a cena do crime foi exibida, na última segunda, só se fala nisso. Mas para quem presta atenção, a verdade faz barulho e grita: Odete está vivíssima! E há outra mentira que a atual trama das nove da Globo ajuda a derrubar: a de que brasileiro não vê mais novela. Onde? Nas rodinhas seletas e nichadas?
Goste-se ou não, a atual versão da história escrita por Manuela Dias — que muita gente se recusa a chamar de remake diante das alterações gritantes em relação ao folhetim original de 1988 — causou. Há tempos, eu não via tantos grupos, em conversas presenciais ou virtuais, debatendo uma novela. Pelo Instagram e pelo WhatsApp, recebo mensagens de gente querendo saber quem é o algoz da megera. Decepciono todos, pois não tenho essa informação, juro! Eu mesma estou participando de três bolões, fazendo minhas apostas sobre um dos desfechos mais icônicos da teledramaturgia brasileira. E o que falar dos bares, organizando promoções e eventos em cima da repercussão dessa reta final? Ao longo de toda a trama, muita gente fez festas temáticas em casa, fantasiando-se como os personagens.
Todo o auê não deixa de refletir os tempos atuais, quando mais do que nunca vale o lema: ‘’falem bem ou falem mal, mas falem de mim’’. Não é assim que pensam os ídolos das redes sociais hoje em dia? Eles precisam aparecer, não importa se for colecionando haters. O primordial é engajar, somar seguidores, multiplicar números. E com “Vale tudo’’ foi um pouco assim. Vários amigos e colegas opinam reclamando, criticam, apontam absurdos, listam equívocos… Mas está todo mundo vendo! E eu vou sentir falta dessa movimentação coletiva, de me sentir acompanhada, compartilhando emoções. Há quanto tempo uma novela não provocava esse fuzuê?
A gente quer, e precisa, se divertir. Aquele clichê de que todos nós, brasileiros, somos um pouco técnicos de futebol e autores de novela continua valendo. Pelo menos uma meia dúzia de gente me disse que faria melhor a cena dos tiros no Copacabana Palace… Com o advento da internet, ainda desenvolvemos obras paralelas na web. Ninguém produz teorias e memes com tanta criatividade como nós. E com todo nosso gabarito de telespectadores PhD em obras de ficção, ninguém gosta de ter a inteligência subestimada, é fato. Alguns escorregões, Manuela poderia ter evitado. Mas no fim das contas, o entretenimento venceu os deslizes. Ou teríamos abandonado a história no meio.
Odete não morre. A própria Debora Bloch, sua impecável intérprete nesta versão que chega ao fim, prova: “Já estou preparada para ser chamada de Odete por um bom tempo. Sei que viverei com ela’’, disse a atriz em recente entrevista à coluna Telinha, aqui do EXTRA. A personagem já está no rol das figuras inesquecíveis no imaginário popular. É, portanto, eterna. Imortal.
Gabriela Germano é editora-assistente e atua na área de cultura e entretenimento desde 2002. É pós-graduada em Jornalismo Cultural pela Uerj e graduada pela Unesp. Sugestões de temas e opiniões são bem-vindas. Instagram: @gabigermano E-mail: gabriela.germano@extra.inf.br



Com informações da fonte
https://extra.globo.com/entretenimento/conexoes/coluna/2025/10/odete-roitman-esta-vivissima-entenda.ghtml

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