A crise na saúde pública do Rio de Janeiro, especialmente no Hospital Rocha Faria, em Campo Grande, Zona Oeste, repercutiu na Câmara Municipal. Parlamentares fizeram discursos de repúdio e cobraram ações imediatas diante de denúncias de abandono, falta de insumos e mortes que poderiam ter sido evitadas.
O vereador Poubel (PL) relatou ter visitado o hospital após receber queixas de pacientes e descreveu um quadro de colapso. “Várias pessoas estavam jogadas, sem atendimento. Um idoso esperava há mais de quatro horas por socorro devido a um problema na vesícula. Os profissionais fazem o possível, mas a prefeitura está negligenciando vidas”, afirmou.
De acordo com o parlamentar, o problema se estende às Clínicas da Família, que sofrem com a escassez de medicamentos. Poubel também destacou que seus pedidos de informação seguem sem resposta por parte da gestão municipal.
A situação no Rocha Faria se repete há meses. Em fevereiro, uma confusão entre pacientes e funcionários, provocada pela demora no atendimento, terminou na delegacia. Agora, novas denúncias apontam estrutura deteriorada, falta de médicos e até ausência de fraldas geriátricas. “Doa a quem doer, vou continuar fiscalizando”, reforçou o vereador.
A vereadora Thais Ferreira (PSOL) também se manifestou, relembrando as mortes recentes de duas crianças vítimas de bronquiolite na rede municipal. Um dos casos, do menino Moreno Moura, de dois anos, ocorreu na UPA da Cidade de Deus.
“Não havia sequer um oxímetro para medir a saturação. Quando verificaram, já era tarde”, lamentou a parlamentar, cobrando medidas urgentes para garantir atendimento especializado e humanizado às crianças. “Estamos cansados de subir nesta tribuna para lamentar mortes de pequenos que sequer chegaram aos sete anos de idade”, declarou.
