'Brazilian Storm': pré-temporada longa abre espaço para a vida em família

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Assim que a WSL (Liga Mundial de Surfe) anunciou mudanças no formato e calendário para 2026, como a retirada do Finals — etapa que decide o título mundial — e o retorno do sistema de pontos corridos para definir o campeão, os surfistas ganharam cerca de sete meses de pré-temporada, o que impressiona pelo tamanho do intervalo sem competições.
Como a janela do evento de Bells Beach-AUS só abrirá em 1º de abril, eles têm tempo de sobra para dar mais atenção à família e descansar o corpo. Por outro lado, o longo período fora do tour exige uma preparação especial nas questões física e mental.
Apesar de ter sido bicampeão mundial justamente no Finals, Filipe Toledo considera a volta do formato tradicional “mais justa”. Morador de San Clemente, na Califórnia (EUA), o brasileiro aproveitou as férias antecipadas para acompanhar o nascimento de um filho seu pela primeira vez. Perto de completar apenas um mês de vida, o menino Zain se juntou ao casal Mahina, de 7 anos, e Koa, de 6.
— Foi incrível porque eu não estive presente no nascimento da Mahina e do Koa. O que faz deste momento muito especial, importante e emocionante. Não teria lugar no mundo melhor do que esse, junto com a minha esposa (Ananda), acompanhando o nascimento do meu terceiro filho. Os mais velhos vinham pedindo, faz um tempo, que gostariam de um irmãozinho e, agora, eles estão bem empolgados e supercarinhosos com o pequeno — celebra Toledo.
Em 2024, o brasileiro optou por desistir do circuito para justamente ficar mais tempo com a família e cuidar da saúde mental. Agora com a extensa pré-temporada, ele não esconde a felicidade de poder ser um pai ainda mais presente e ajudar a esposa Ananda neste período. Ao mesmo tempo, ele sabe a importância de seguir com o corpo em movimento para manter o espírito competitivo dentro e fora da água.
Rotina flexível
Quem também sente um aperto no coração por ficar longe da família ao longo das competições é Miguel Pupo, que tem quatro filhas: Luna, Serena, Flora e Lia. Há quase 15 anos vivendo intensamente a rotina do circuito mundial, ele considera que a dor de sair de casa é maior agora do que quando foi pai pela primeira vez, em 2017.
Miguel Pupo com a filha Flora
Bruno Zanin/divulgação
— Elas (filhas) se expressam muito melhor agora. Quando eram bebês, eu saía e elas nem percebiam. Hoje, a menor pergunta por que estou saindo e não a levo junto. Os aniversários delas caem em abril, quando sempre estou na Austrália, então, já faz vários anos que não passo com elas — conta. — Por outro lado, tenho sete meses de férias e organizo meus próprios horários. Se for um dia ensolarado, e eu não quiser surfar, posso brincar com elas. Tenho várias flexibilidades que muitas pessoas “normais” não têm.
Local de Maresias (SP), mas morando em Balneário Camboriú (Santa Catarina), Pupo lembra o “choque” no meio do surfe com o anúncio de uma série de mudanças para o ano que vem. A maior apreensão era não cair no extinto corte do meio da temporada, já que poderia ficar praticamente dois anos competindo e “dormindo de lycra”, como pode ser o caso do seu irmão, Samuel, que busca retornar à elite na divisão de acesso.



Com informações da fonte
https://extra.globo.com/esporte/noticia/2025/10/brazilian-storm-pre-temporada-longa-abre-espaco-para-a-vida-em-familia.ghtml

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