A geração alfa, formada pelos nativos digitais, que chegaram ao mundo a partir de 2010, deve movimentar 5,4 trilhões de dólares (288 trilhões de reais, aproximadamente) até 2029. É o que mostra um estudo da consultoria australiana McCrindle.
Voltando os olhares para o Brasil, esse público é vaidoso, estressado, preocupado com o meio ambiente e fortemente influenciado pelos pais nas escolhas de consumo, como descortinou uma pesquisa da Alexandria, empresa focada em branding e inovação. Os adolescentes também vêm amadurecendo mais cedo e têm vontade de ditar as próprias regras de estilo. De olho nesse comportamento e fiel à vocação de trazer originalidade, o Carandaí 25 convidou um coletivo de marcas voltadas para meninas a partir dos 12 anos para integrar seu descolado portfólio.
O Teen Brands estreia na próxima edição do festival de moda autoral, que acontece de 9 e 12 de outubro, no Jockey Club, com um desfile. “Estamos atentos aos novos talentos e, além disso, queremos aproximar quem produz de quem consome”, aponta Tati Accioli, fundadora do Carandaí 25.
Desenvolver coleções que caiam no gosto de um público-alvo diverso e intenso, que tem um intervalo de idade de apenas cinco anos, é um desafio para as estilistas, e a lista de demandas quando se trata de produzir peças para adolescentes é interminável. “Essas jovens passam pelo que chamamos de ‘crise da transição’.
As roupas precisam agradar não só a elas, mas às mães, que fornecem o dinheiro para a compra, e também não podem ser infantis, tampouco vulgares”, enumera Tati, acrescentando que meninas de uma mesma idade podem ter corpos completamente diferentes, o que representa um obstáculo na hora de pensar em modelagens.
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“Há particularidades dessa idade, aquele momento mais chatinho da adolescência. Essa geração é muito independente, sabe muito bem o que quer vestir e não aceita qualquer coisa que a mãe escolhe”, define Adriana Colombo, à frente da Yolo4teen e uma das sócias do Teen Brands, que levará, além dessa, outras nove grifes ao Carandaí 25.

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Nesta faixa etária, a vida social começa a ficar intensa, recheada de resenhas, bat mitzvahs e festas de 15 anos. “Existe demanda porque repetir o look não é uma opção para essa turma altamente influenciada por redes sociais”, analisa Astrid Monteiro de Carvalho, da Astrid Teen.
“Por outro lado, trabalho com tecidos que se adaptam às mudanças dos corpos, para elas não perderem a roupa tão rápido”, acrescenta. “Acompanhar o ritmo da internet sem perder a essência é um exercício constante de escuta e adaptação”, resume Roberta Curi, da Piah, com foco em biquínis.

Cercada de informação e estímulos, a geração alfa está em busca de identidade. “Eles esperam muito das marcas porque não querem ser miniadultos”, diz Carla Lemos, criadora de conteúdo e professora do IED-Rio, explicando o conceito de “dopamina dressing”, que faz os jovens saberem, desde muito cedo, o potencial da moda na promoção do bem-estar.
“Ao comprar numa grife autoral, tenho a sensação de que a roupa foi pensada para mim. É muito diferente de escolher algo genérico numa fast fashion”, compara Valentina Nepomuceno, modelo de 17 anos. Essa galerinha sabe bem o que deseja.
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Com informações da fonte
https://vejario.abril.com.br/programe-se/carandai-25-teen-brands/