Com o aumento dos casos suspeitos de intoxicação por metanol — até a noite desta quinta-feira, foram registrados 49, em três estados —, o prefeito Eduardo Paes publicação nas suas redes sociais um alerta à população para os riscos de ingerir bebida alcoólica sem origem conhecida. E destacou a responsabilidade dos comerciantes. Até o momento, nenhum caso foi identificado no Rio.
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— Os donos de comércio, bares, restaurantes, quiosques e trailers de bebidas têm que estar muito atentos. Se tem alguma suspeita da onde comprar, se não é no fornecedor credenciado de maneira adequada (…), tem que entender que agora a gente sai do crime de sonegação para o homicídio. A gente está vendo pessoas morrendo por causa disso — disse ele, durante a apresentação do projeto para implantar um sistema de transporte aquaviário nas lagoas da Barra da Tijuca e de Jacarepaguá. — Você que tem o seu comércio, que vende bebida: por favor, não venda essa bebida, jogue fora, denuncie às autoridades para que a gente não tenha esse risco.
Paes afirmou ainda que não há clareza sobre os lotes contaminados e disse esperar resultados das investigações. Segundo ele, a vigilância sanitária municipal está atuando, mas a colaboração da população é essencial:
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— Sob o comando do secretário (de Saúde) Daniel Soranz, a nossa vigilância sanitária vai virar toda a pontaria para esses estabelecimentos, vamos ficar muito atentos. Mas é óbvio que precisamos contar com a população e com a colaboração dos próprios comerciantes. Estamos lidando com a integridade física das pessoas, com a saúde e com a vida delas.
Na quarta-feira, Paes regulamentou a lei que permite ao município fiscalizar fabricantes de bebidas alcoólicas na cidade, atribuição que cabia apenas à União. Em seu perfil no X, ele escreveu: “Não sabemos a dimensão dessa crise e é bom redobrar a atenção!”. E fez uma recomendação: “Procurem não consumir destilados em locais onde você não consiga ter a certeza de que foram adquiridos de distribuidoras confiáveis”.
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Nesta quinta-feira, a Secretaria municipal de Saúde (SMS) iniciou uma operação para vistoriar bares, restaurantes, supermercados, casas de show, quiosques e demais pontos de venda de bebidas alcoólicas no município. No primeiro dia da ação, 20 equipes percorreram 61 estabelecimentos na Barra da Tijuca, na Zona Sudoeste; Leblon, Gávea, Botafogo, Copacabana e Ipanema, na Zona Sul; e Tijuca, na Zona Norte. Três deles foram interditados por falta de higiene. Bebidas com rotulagem inadequadas foram inutilizadas e amostras, coletadas.
Os sete erros dos falsificadores
A Associação Brasileira dos Promotores de Eventos (Abrape) lança amanhã, em parceria com a Secretaria estadual de Defesa do Consumidor, uma cartilha dos sete erros das bebidas adulteradas e faz um alerta para o descarte adequado das garrafas, para que a embalagem não caia nas mãos de falsificadores. A recomendação é rasgar o rótulo e separar a tampa da garrafa na hora de jogar no lixo.
- Tampa – Desconfie de lacres imperfeitos, borrados ou com vazamentos. Destilados devem ter selo do IPI em papel-moeda no topo.
- Nível do líquido – Compare garrafas do mesmo rótulo. O enchimento segue padrão. Detritos não são normais em destilados (exceto mistos e compostos).
- Rótulo – Não deve ter erros de grafia. O design é de alta qualidade e precisa trazer registro no Ministério da Agricultura.
- Garrafa – Embalagem em más condições, com arranhões ou sinais de reutilização, é sinal de alerta.
- Preço – Promoções existem, mas valores muito abaixo da média podem indicar risco. Prefira vendedores de confiança.
- Aparência – Bebidas ilegais costumam apresentar tampa amassada, cor desbotada ou líquido turvo.
- Local de compra – Conheça a procedência e valorize fornecedores de boa reputação.