O Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) reagiu de forma dura às imagens que mostram policiais da própria corporação saqueando uma residência durante a Operação Caixinha, realizada no Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio, em 15 de janeiro deste ano. A corregedoria da polícia Militar do Rio de Janeiro (Pmerj) investiga a atuação de oito agentes.
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“Como tropa de elite, não compactuamos com desvios de conduta, e todo fato será apurado rigor. Essa conduta é inaceitável no seio de uma tropa profissional e deve ser combatida com firmeza; seguiremos firmes na missão, cuidando de nossos homens e da confiança da sociedade”, disse a nota oficial publicada nas redes sociais da corporação.
A publicação gerou repercussão na web e recebeu milhares de comentários de seguidores e figuras conhecidas na temática de segurança pública do Rio. Um desses nomes foi o de Rodrigo Pimentel. O ex-oficial do Bope afirmou que “ser CAVEIRA não é para qualquer um. O BOPE não é para qualquer um”.
Nos vídeos, obtidos pelo blog True Crime, do GLOBO, é possível ver policiais entrando em uma casa de dois pavimentos, vasculhando cômodos, experimentando roupas, separando calçados, entre outras ações. Em determinado momento, um dos policiais encontra um aparelho celular, tenta desbloqueá-lo, mas devolve à dona, dizendo: “Estou devolvendo para depois não dizerem que nós levamos”. Vale destacar que, a Pmerj também se posicionou, afirmando que os agentes envolvidos estão afastados das ruas e que abusos não são tolerados.
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A operação Operação Caixinha
A operação tinha o objetivo de prender o traficante Fhillipe da Silva Gregório, conhecido como ‘Professor”, apontado como um dos principais fornecedores de armas da facção Comando Vermelho (CV). Ele foi encontrado morto em junho deste ano, devido um suposto suicídio.
No entanto, a ação acabou sendo marcada pelo comportamento dos policiais que invadiriam uma casa na comunidade. As imagens mostram comentários sobre objetos de valor como tênis Nike Shox e perfumes.
Câmera corporal flagra PMs furtando itens de casa em comunidade
De acordo com a investigação, o responsável pela câmera corporal, cabo Leandro Silva Pereira dos Santos, esqueceu de desligar o equipamento, produzindo provas que agora sustentam a apuração de Corregedoria. Todos os oito policiais foram ouvidos na 1ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar e, embora o crime tenha ocorrido no começo do ano, a conclusão da investigação ainda não foi divulgada.
Procurada, a assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Polícia Militar informou apenas que, segundo a Corregedoria da corporação, a investigação foi concluída e encaminhada ao Ministério Público que atua na Auditoria da Justiça Militar do Estado do Rio de Janeiro.