Os olhos de Carolina Dieckmmann falam mais do que sua boca pode expressar nesta entrevista concedida três dias após o seu aniversário de 47 anos, completados em 16 de setembro. Neste ensaio fotográfico para a Canal, bem focado no belo carão, a atriz, que promoveu uma festança no último domingo para comemorar a nova idade, mescla o charme de uma mulher madura com uma pureza juvenil. A característica, aliás, é uma via para a criação de seus filhos, Davi, de 26 anos — fruto do casamento com Marcos Frota — e José, de 18, herdeiro do diretor de TV Tiago Worcman. Convivendo com a distância do primogênito, que mora nos EUA, a carioca vem aprendendo a lidar agora com a ausência do caçula.
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Enquanto aguarda ansiosa para passar um tempo com o mais novo na Europa (ele foi estudar lá), a loura se prepara para se despedir da Leila de “Vale tudo”. Ao longo da trama, a personagem mostrou diversas faces. De mocinha a picareta, se transformou completamente. Ao se envolver com Marco Aurélio (Alexandre Nero), atingiu o orgasmo pela primeira vez, mudou o visual e de classe social, se tornou dona de clínica de estética e de si mesma, além de se meter em esquemas de corrupção.
Já Carolina subiu na vida honestamente, com o suor do próprio trabalho que começou a ser derramado cedo, há 32 anos, quando estreou na Globo, aos 14, em “Sex Appeal”. Durante esse tempo, com seu rosto marcante — como é linda! —, ela cresceu diante do público.
Qual lição Leila deixa para o telespectador?
Leila começou bem diferente de como vai terminar. Tentei trazer a imagem de uma mulher menos confiante em suas escolhas e virtudes. Depois, ela conquista um emprego, se apaixona pelo Marco Aurélio. Foi aprendendo a a priorizar seus desejos. Ela se impôs, ficou mais feliz com o relacionamento. Esse desfecho sentimental para mim já tá mais do que dado. Me surpreenderia se ela se separasse.
Qual importância de ter falado sobre o orgasmo feminino na novela? O tema ainda é tabu?
É tabu! A gente já caminhou, mas falta muito. É de extrema importância colocar esse assunto na mesa. Recentemente, tive acesso a uma pesquisa profunda. Muitas mulheres fingem orgasmo até hoje. É um assunto difícil de ser falado. Elas se sentem libertadas quando resolvem conversar sobre o tema.
Você teve questões em relação a isso?
Nunca tive, sabia? Quando falei para minha mãe (Maíra, falecida em 2019) que eu queria perder a virgindade (aos 14 anos) com meu namorado, ela me levou ao ginecologista. Fui para minha primeira vez tranquila. Não tive medo de estar decepcionando a minha mãe nem de estar fazendo algo errado. Pude me entregar, sem dúvidas. Como a educação tranquiliza, né? Deixa a gente à vontade, livre para sentir só o que tem que sentir. Muitas mulheres não chegam ao orgasmo porque não estão libertas, se sentem julgadas e oprimidas.
Carolina Dieckmmann
Vinícius Mochizuki
Você é dona de si?
Tem momentos. Em outros, tô cheia de dúvidas. Tem hora em que me vejo oprimida por alguma situação. Não me cobro ser todos os dias consciente dos meus desejos e das minhas virtudes. É importante lidar com o fato de não estar sempre bem.
Quando você descobriu que era bonita?
Não me achava bonita quando eu era mais nova. Não fui uma criança linda, daquelas que as pessoas param na rua para mexer. Por eu ter três irmãos homens, cresci muito identificada com um universo de pouca vaidade. Toda vez que eu ia brincar com uma Barbie, me sentia esquisita. Na adolescência, comecei a ouvir mais (elogios). A gente vai virando mulher e vai se transformando. Quando fiz a Açucena, aos 15 (em “Tropicaliente”, em 1994), entrei muito no imaginário de menina brejeira, de lolita. Falavam “olha que bonitinha, nariz arrebitado, olho azul e cabelo louro”. Achava isso meio bobo, sabe? Não me dava prazer de ouvir. A primeira vez que me achei bonita foi quando fiquei careca (em “Laços de família”, em 2000, a sua personagem, Camila, raspou a cabeça por causa do tratamento contra a leucemia). Comecei a ver minha cara limpa, desprovida de contorno. Comecei a achar que eu podia ter uma beleza próxima ao que as pessoas identificam como ideal, mas que eu não precisava ficar nessa caixa.
Com a evolução da tecnologia, você teria raspado a cabeça se fosse hoje?
Sim. Sinto um prazer enorme de fazer transformações por um personagem. Em “Por amor” (1997), quando o Maneco (o autor Manoel Carlos) colocou a Catarina para virar modelo, fiz uma dieta louca da proteína. Emagreci 6kg, deixei tirar a minha sobrancelha, que eu sempre amei. Quando raspei a cabeça, não foi por falta de tecnologia, mas por sentir uma onda nisso. Quando fiz a Teodora (de “Fina estampa”, em 2011), fiquei forte porque ela era mulher de lutador. Para o filme “Pequenas criaturas”, em que sou extremamente deprimida, emagreci de novo. Achava que ela precisava de uma fragilidade (ficou com menos 8kg). Para Leila, eu já estava magrinha, não mudei.
Carolina Dieckmmann
Vinícius Mochizuki
Atualmente, faz exercício físico ou dieta?
Não tô fazendo dieta. O que faço tá muito mais ligado a um alongamento e uma musculação leve, com uma máquina. Tirando a saúde e a vontade de me manter ativa, não tenho uma grande preocupação (com o corpo). Fui ginasta quando eu era mais nova, então sou bem alongada. Quero continuar preservando essas aptidões.
Quer fazer procedimento estético no rosto?
Não penso em mudar nada. Recentemente, recebi uma matéria de uma moça analisando o meu rosto e dizendo que eu tinha feito o nariz e o queixo. Pensei: “Meu Deus do céu”. As pessoas não conseguem aceitar que você lide com o envelhecimento sem ter feito algo. Isso é maluco. Olho para a minha cara na TV e estão lá as minhas ruguinhas. Qualquer um vê que não tem botox. Vou à dermatologista uma vez por mês, faço laser. Não posso ficar com a testa lisa. Como vou chorar na novela e meu rosto não vai enrugar? Minha dermatologista sugeriu que eu colocasse um botox para descansar a pele da expressão, depois da novela. Será que com 47 anos é o momento? Não me decidi. Ainda não tá me incomodando. Prefiro continuar no laser.
Você tem alguma questão com a idade?
Não é um assunto relevante pra mim. Não gosto da ideia de ficar romantizando, dizendo que é tudo legal, porque não é. Mas também não é para demonizar. Quero ver meus filhos se casarem, ser avó, estar lúcida e disposta para cuidar dos netos. Não me sinto com 47. Essa coisa do número desfoca um pouco do principal, que é a gente se sentir bem.
Carolina Dieckmmann
Vinícius Mochizuki
Tudo que você posta nas redes repercute. As pessoas reagiram porque José festejou o aniversário com uma manga em vez de um bolo…
A coisa mais legal de ter uma rede social é eu poder falar o meu ponto de vista sem nenhum filtro. Não quero me esconder, não quero deixar de dizer o que é verdade quando sai mentira a meu respeito. Sobre o bolo do José, tenho o maior orgulho de ele ter parado de comer açúcar por conta própria. Nunca imaginei que a manga fosse criar bafafá.
Dever cumprido com os filhos?
A maternidade é eterna, mas tenho uma tranquilidade com esses meninos, porque são corretos, têm a cabeça no lugar. Se preocupam em estudar, em se alimentar bem, em não ficar em noitada. Meus filhos nunca beberam ou fumaram. Penso: “Gente, será que um dia esses meninos vão me dar preocupação?”. São muito bonzinhos. Davi está nos Estados Unidos, é coach lá no Orlando City (time de futebol). Ele quer ser técnico de futebol. José foi estudar Economia em Amsterdã.
Tem vontade de voltar a morar nos Estados Unidos (ela ficou lá por seis anos)?
Não, vim para o Brasil de vez. Quando acabar a novela, vou passar uma temporada em Amsterdã com José. Tiago que o levou, eu não participei da mudança por causa de “Vale tudo”. Estou louca para ver a casinha dele…
Carolina Dieckmmann
Vinícius Mochizuki
Como está vivendo o luto da sua melhor amiga, Preta Gil?
É um processo. Tem dias melhores, outros piores. Preta viveu intensamente. A gente sempre pensa que ela tinha muito ainda para viver, mas a maneira como ela lidou com a doença e o tanto de amor que a gente deu e recebeu me deixa com o coração leve. Vivi com a Preta um amor muito profundo. Não ficou nada para ser dito. O amor que eu pude dedicar a ela, principalmente nos últimos dois anos, ainda tá vivo de um jeito muito bonito em mim. Preta me ensinou muito, inclusive que a gente pode viver cercada de várias pessoas, mas que os amigos não são tantos.
Créditos:
Reportagem: Thomaz Rocha
Fotos: Vinicius Mochizuki @viniciusmochizuki
Produção executiva: Camilla Mota
Assistentes de foto: Rodrigo Rodrigues e Josias Vieira @josiasvieirareal
Beleza: Soraya Rocha @rocha_soraya
Assistente de beleza: Tom Souza @tomsouzarj
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Com informações da fonte
https://extra.globo.com/entretenimento/tv/noticia/2025/09/carolina-dieckmmann-porta-voz-do-orgasmo-apos-vale-tudo-nunca-teve-questoes-com-o-prazer-gracas-a-mae.ghtml
Carolina Dieckmmann, porta-voz do orgasmo após 'Vale tudo', nunca teve questões com o prazer, graças à mãe

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