Cia. teatral de Teresópolis usa a arte para debater clima com público infantil

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Poluição dos Rios, descarte indevido de resíduos sólidos, proteção da fauna e flora. Esses são alguns dos temas trabalhados nos palcos pela companhia Pirueta Arte e Cultura, de Teresópolis. Há quase 35 anos combinando a tradição da palhaçaria com linguagens diversas — do teatro de rua aos bonecos, das sombras às máscaras.
O teatro infantil costuma ser a primeira porta de entrada para a magia da cena. É nele que muitas crianças descobrem o poder da imaginação e o prazer de ver histórias ganhando corpo no palco. Fundado em 1991 por Jeanette Albuquerque e Nara Zeitune, o grupo se consolidou como referência no teatro voltado para crianças e jovens, explorando temas como Educação Ambiental, Literatura Brasileira e Cultura Popular.
“Nosso foco sempre foi o público infantil. A Jeanette era professora na educação infantil em Vassouras e já fazia um trabalho muito bacana com contação de histórias e fantoches. Quando ela veio para Teresópolis, eu, que estava vindo do Rio onde já trabalhava também com teatro infantil, me juntei a ela por acharmos ser importante trabalhar o teatro com este público, estimular a formação destas crianças, e por entender que o teatro é fundamental para a formação desde a infância, estimulando tanto o desenvolvimento social e emocional quanto a linguagem, da cognição, memória, concentração e tantos outros benefícios”, diz Nara.
Ano que vem, o grupo pretende realizar um documentário para comemorar os 35 anos. Em mais de três décadas, já se apresentou em escolas, praças, parques e teatros de várias cidades do estado do Rio, sempre com a missão de democratizar o acesso à arte e formar novas plateias.
“O teatro infantil nunca foi um gênero menor, como alguns ainda acreditam. Pelo contrário: é onde se formam espectadores críticos, sensíveis e criativos. E a palhaçaria é uma linguagem poderosa, porque mistura humor, fragilidade e poesia”, completa Nara.
Reforço de peso
Além de acumular repertório, o Pirueta, que incorporou a atriz Lola Zeitune à companhia, também se distingue pela autonomia: textos, músicas, figurinos, bonecos, cenários e máscaras são, em grande parte, concebidos pelo próprio coletivo, que segue em constante capacitação. Essa dedicação artesanal dá aos espetáculos uma assinatura única, resultado de um processo de criação integrado e colaborativo.
É dessa trajetória que nasce a nova montagem, “Vida de Palhaça Não é Só Graça”, que marca a circulação do grupo para além da Serra. O espetáculo será apresentado em Teresópolis (Casa de Cultura Adolpho Bloch e escolas da rede pública), Cachoeiras de Macacu (Teatro Wellington Lira) e Nova Friburgo (Teatro Municipal Laércio Rangel Ventura).
Na peça, três palhaças enfrentam o desafio de criar um espetáculo circense para um festival prestigiado. Entre tropeços, confusões e “gags”, a narrativa revela, em tom bem-humorado, os bastidores da criação artística. Ao mesmo tempo, abre espaço para discutir temas atuais, como protagonismo feminino e etarismo na cena cultural.
Com mais de três décadas de atuação ininterrupta, o Pirueta Arte e Cultura reafirma seu papel como um dos grupos mais longevos e inventivos da cena infantil e circense fluminense — transformando gargalhadas em reflexão e memória em afeto.



Com informações da fonte
https://extra.globo.com/rio/cidades/teresopolis/noticia/2025/09/cia-teatral-de-teresopolis-usa-a-arte-para-debater-clima-com-publico-infantil.ghtml

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