A Polícia de São Paulo divulgou nesta quinta-feira (18) as identidades de dois suspeitos de envolvimento na morte do ex-delegado-geral Ruy Ferraz Fontes, morto em uma emboscada na última segunda-feira (15) em Praia Grande, litoral paulista. Um dos suspeitos é Felipe Avelino da Silva, de 33 anos, conhecido como Mascherano, e o outro é Flávio Henrique Ferreira de Souza, de 24 anos.
Mascherano, de acordo com a Secretaria da Segurança Pública, seria ligado à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) e teria começado sua “carreira” em 2009, quando foi detido por tráfico de drogas, sendo liberado em seguida. Dois anos depois, em 2011, voltou a ser investigado por tráfico, mas acabou absolvido.
Em janeiro de 2014, Mascherano foi novamente detido, desta vez por receptação de um veículo, mas também foi liberado. No mesmo ano, em setembro, foi condenado a quatro anos e dois meses de prisão por tráfico de drogas. Cumpriu dois anos e dois meses da pena.
Em fevereiro de 2017, ele foi condenado a seis anos e dois meses por roubo qualificado e corrupção de menores. Em 2023, conseguiu progressão ao regime aberto.
O outro suspeito, Flávio Henrique Ferreira de Souza, não tem antecedentes criminais.
A Polícia identificou os dois suspeitos de envolvimento na execução do ex-delegado pelas digitais deixadas no Jeep Renegade usado no crime. O veículo era roubado e foi abandonado depois da ação.
Depois de encontrado, a Polícia Técnico-Científica conseguiu coletar material para a identificação dos envolvidos. A investigação ainda está avaliando qual foi o papel exato desempenhado por eles na execução. O Jeep Renegade em que estavam acompanhou de longe o ataque.
A Polícia Civil investiga duas principais linhas para elucidar o crime. A primeira delas é se a morte está relacionada ao trabalho de mais de quatro décadas do ex-delegado-geral no combate ao crime organizado em SP. A segunda é se a execução tem relação com a função que ele exercia até ser assassinado – desde 2023, ele atuava como secretário de Administração da Prefeitura de Praia Grande.
Morto a tiros nesta segunda-feira, Fontes foi jurado de morte pelo PCC pelo menos três vezes. Uma delas foi após decidir transferir 15 lideranças da cúpula da facção em agosto de 2019.
O ex-delegado-geral foi executado depois de sair do trabalho na Prefeitura de Praia Grande. Ele foi perseguido enquanto dirigia, perdeu o controle do veículo, bateu em um ônibus e capotou. Na sequência, homens desceram de outro carro e atiraram contra o automóvel da vítima. O ataque ocorreu na Avenida Doutor Roberto de Almeida Vinhas, na Vila Caiçara, por volta das 18h20, segundo a Polícia Militar.