FBI confirma que DNA encontrado na cena do assassinato de Charlie Kirk coincide com o do suspeito preso

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Imagem de Tyler Robinson, suspeito de assassinar o influenciador conservador Charlie Kirk — Foto: Gabinete do governador de Utah/AFP


Os vestígios de DNA encontrados na cena do assassinato do influenciador conservador Charlie Kirk coincidem com o DNA do suspeito Tyler Robinson, de 22 anos, preso na última quinta-feira após uma intensa caçada de 33 horas. A informação foi revelada pelo diretor do FBI, Kash Patel, nesta segunda-feira.

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As autoridades americanas disseram que o suspeito usou um rifle de sniper para matar Kirk com um único tiro no pescoço, a partir de um terraço próximo ao comício que o influenciador estava fazendo em uma universidade de Utah na última quarta-feira. Robinson deve ser formalmente acusado pelo assassinato no final desta semana.

— Posso informar hoje que o DNA encontrado na toalha que envolvia a arma e o DNA na chave de fenda foram processados positivamente e correspondem ao suspeito sob custódia — disse Patel na Fox News, referindo-se a uma chave de fenda recuperada na cena do crime

Além disso, Patel também falou sobre um bilhete que se acredita que Robinson escreveu antes do crime. “Tenho a oportunidade de eliminar Charlie Kirk e vou aproveitá-la”, dizia o bilhete.

— Embora tenha sido destruída, encontramos evidências forenses do bilhete na casa da família do suposto assassino — afirmou o diretor do FBI.

Kirk, um estreito aliado do presidente americano, Donald Trump, morreu baleado na última quarta-feira durante um evento em uma universidade em Utah. Ele era o fundador do grupo político juvenil conservador Turning Point USA.

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Kirk costumava usar TikTok, Instagram e YouTube para divulgar seus pontos de vista conservadores, incluindo duras críticas ao movimento pelos direitos transgêneros, e compartilhava trechos de suas interações em debates durante seus diversos eventos universitários.

O governador de Utah, Spencer Cox, disse que o suspeito mantinha uma relação amorosa com um companheiro de quarto transgênero e tinha “ideologia de esquerda”.

As última palavras do suspeito

Por volta das 13h da última quinta-feira, horas antes do suspeito ser preso pelo FBI, um usuário escreveu na plataforma Discord, marcando o nome de Robinson, “wya” — abreviação de “where you at?” (“onde você está?”).

O FBI havia acabado de divulgar duas imagens borradas de câmeras de segurança mostrando um jovem magro, usando boné e óculos escuros, caminhando por uma escada no campus da Universidade Utah Valley, e pediu ajuda ao público para identificar o suspeito. A mensagem do Discord foi acompanhada de um emoji de caveira, sugerindo que Robinson se parecia com o homem suspeito.

Robinson, em menos de um minuto, respondeu: “Seu sósia estava tentando me meter em encrenca”.

“Tyler matou o Charlie!!!!”, escreveu outro usuário, em tom de piada.

Na noite daquela quinta-feira, quase 34 horas após o atentado, Robinson foi preso sob suspeita de ter cometido o assassinato de Kirk.

As mensagens no Discord foram o vislumbre mais claro até agora do comportamento do suspeito nas horas após o crime. Elas foram compartilhadas com o The New York Times por alguém que conheceu Robinson no ensino médio e ainda mantém contato com ele no grupo — que inclui cerca de 20 pessoas —, mas disse não vê-lo pessoalmente há vários anos. Ele falou sob condição de anonimato.

As mensagens não revelam um possível motivo para o atentado, que tem sido alvo de intensos debates por pessoas tentando atribuir culpa a um lado político. Um policial escreveu em um depoimento que Robinson havia comentado recentemente sobre o evento de Kirk em Utah com um parente, e que os dois “conversaram sobre por que não gostavam dele”.

Depois que Robinson brincou dizendo que o atirador era seu sósia, outro usuário sugeriu que o grupo poderia entregá-lo e receber a recompensa de US$ 100 mil (mais de R$ 500 mil na cotação atual) que o FBI estava oferecendo.

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“Só se eu ficar com uma parte”, respondeu Robinson.

Outro escreveu: “Seja o que for que faça, não vá a um McDonald’s tão cedo”, em referência à prisão de Luigi Mangione, que foi encontrado em um restaurante da rede e acusado de matar o CEO de uma empresa de seguros de saúde em Nova York.

Robinson concordou e fez sua própria piada, escrevendo: “melhor também me livrar deste manifesto e desta cópia exata de fuzil que tenho largados por aqui”.

A polícia afirmou que Robinson insinuou ou confessou ter cometido o crime, e que foi incentivado por um parente e um amigo da família a se entregar — o que ele fez. Ele se entregou à polícia no sudoeste de Utah, onde morava, a mais de três horas de carro do campus onde o atentado ocorreu.

Após a prisão do suspeito, os membros do grupo no Discord tiveram dificuldade em acreditar que ele estava realmente sendo acusado do crime. “Nosso governador quer dar pena de morte pra ele, cara”, escreveu um. Outro disse: “Eu realmente não consigo distinguir se isso é real.”



Com informações da fonte
https://oglobo.globo.com/mundo/noticia/2025/09/15/fbi-confirma-que-dna-encontrado-na-cena-do-assassinato-de-charlie-kirk-coincide-com-o-do-suspeito-preso.ghtml

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