O Consórcio Barcas Rio, que assumiu a operação do transporte aquaviário do estado em fevereiro deste ano, está no centro de uma reclamação constante de usuários. Ciclistas reclamam das longas filas nas estações da Araribóia, Praça Quinze e Charitas para embarcar com suas bicicletas, alegando que a quantidade de bikes permitidas em cada barca diminuiu nos últimos meses.
Segundo relatos, o problema ocorre porque o consórcio tem mudado a política para o transporte de bicicletas nas embarcações. Os ciclistas afirmam que, mesmo quando uma barca próxima de partir não está lotada, não é permitida a entrada de quem está com bicicleta, obrigando-os a esperar a próxima viagem e gerando longas filas.
‘Quem sofre somos nós’
O segurança Marcelo Oliveira, de 39 anos, é um dos afetados. Ele afirma que o trajeto de Niterói até o Centro do Rio, onde trabalha, que antes levava cerca de uma hora, agora pode dobrar ou até triplicar de tempo devido às filas — principalmente em horários de pico.
“Tem sido muito ruim e vários usuários já começaram a reclamar. Não era assim antes. Agora, mesmo quando a barca não está tão cheia, eles não deixam entrar. Quem sofre somos nós, que demoramos mais para chegar ao trabalho e depois para voltar para casa. Muito complicado”, afirmou.
Filas no meio da Praça XV
Uma servidora pública, que preferiu não se identificar, enfrenta situação semelhante. Ela relata que o retorno para Niterói, onde mora, tem provocado filas enormes na estação da Praça XV, com bicicletas chegando próximas ao meio da praça.
A situação gerou inclusive reclamações formais à Secretaria estadual de Transportes do Rio, responsável pela fiscalização da concessão.
Maré de mudanças nas barcas
O serviço das barcas passou por uma maré de mudanças nos últimos meses. O Consórcio Barcas Rio, que venceu a licitação em novembro de 2024, assumiu a operação no lugar da antiga CCR. As embarcações e equipamentos existentes foram mantidos, assim como as linhas e horários, com poucas alterações.
Além disso, a partir de 24 de março, passou a valer a redução da passagem de R$ 7,70 para R$ 4,70 nas linhas Praça XV – Araribóia, Praça XV – Cocotá e Praça XV – Paquetá (nos dois sentidos). Segundo o governo, a medida representou uma economia de R$ 132 por mês para quem viaja 22 dias (ida e volta).
Governo do estado nega as denúncias de redução
Procurada, a Secretaria de Estado de Transporte e Mobilidade Urbana, por meio do Consórcio Barcas Rio, negou que tenha havido redução no número de bicicletas autorizadas a embarcar. A pasta ressaltou, porém, que cada embarcação tem capacidade máxima, que não pode ser excedida.
“Isso inclui a quantidade de bicicletas a bordo, evitando excesso de peso ou obstrução das rotas de fuga da embarcação. Segurança e conforto são prioridades para a Setrans e para o consórcio na prestação do serviço”, afirmou a secretaria.
Registro de 29,6 mil bicicletas em agosto
O governo estadual também enfatizou que, desde a redução da passagem, em março, a movimentação no transporte aquaviário aumentou significativamente, com 29.676 bicicletas registradas em agosto. O recorde anterior havia sido em maio, com 27.222 bicicletas.
O Consórcio Barcas Rio informou ainda que possui um canal de ouvidoria para reclamações, sugestões e elogios. O serviço, chamado Disque Barcas Rio, pode ser contatado pelo número 0800 721 1012 ou pelo site https://barcasrio.com.br