100 anos de São Silvestre: cariocas, que tal encarar a edição histórica?

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Toda vez que alguém descobre que sou maratonista, vem a pergunta: “Já correu a maratona da São Silvestre?” Sorrio e corrijo a confusão: a São Silvestre não é maratona, são 15 km, não 42,195km. Mas a frustração mesmo é quando confesso que ainda não completei a mais famosa prova da América Latina. Ainda. No ano do centenário, estou a um clique de mudar essa resposta e colocar esse clássico no meu currículo: as inscrições estão disputadíssimas.

O empurrão para esse desejo veio no TS Summit, da Ticket Sports, quando ouvi a maratonista Maria Zeferina Baldaia, campeã da prova em 2001.

“Vencer a São Silvestre foi um sonho realizado e transformou a minha vida. Depois dessa vitória, as portas se abriram e consegui o patrocínio de tênis que eu buscava. Antes da prova, eu corri 15 anos descalça. Depois, viajei para mais de 10 países levando o nome do Brasil. O esporte transformou a minha vida e me ensinou a transformar vidas. Esse reconhecimento não tem preço”, lembrou, emocionada.

A atleta contou que seus “treinos”, ainda na infância, aconteciam em meio aos canaviais da roça onde morava em Sertãozinho, no interior de São Paulo, no intervalo após o almoço. A inspiração para a São Silvestre veio de assistir a corrida pela TV: “Quando vi a Rosa Mota (portuguesa) ganhar, falei: ‘mãe, uma mulher ganhou a corrida. Será que um dia eu posso correr?’ E ela disse: ‘Minha filha, quando a pessoa tem pé, tem sonho e acredita, tudo é possível’”.

Aposentada das competições de alto rendimento e dedicada a palestras e trabalhos sociais, Baldaia é presença confirmada na edição dos 100 anos da prova, ao lado do maior pelotão da história da prova: a expectativa é de 50 mil inscritos. O recorde representa uma alta superior a 30% sobre 2024, quando foram 37.500 participantes. Rivalidades Rio-SP à parte, o Rio tem marcado presença em peso e se mantém, há anos, na vice-liderança entre as cidades com mais corredores na São Silvestre.

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“Mais que uma corrida, a São Silvestre é uma celebração. Cada passo deixa uma marca, cada história se eterniza. A centésima edição da maior corrida de rua da América Latina é para todos. Vamos juntos rumo ao futuro”, incentiva Erick Castelhero, diretor executivo da prova, resumindo com perfeição a dimensão do centenário.

A confusão recorrente, com gente chamando os 15 km de “maratona”, já diz muito sobre o tamanho do símbolo que a São Silvestre representa. “A São Silvestre tem uma mística, uma aura diferente; não há outra corrida no Brasil tão conhecida, mesmo por quem não corre”, destaca Marcos Yano, CEO da Vega Sports, organizadora da corrida. Para ele, há ainda uma memória coletiva que atravessa gerações (inclusive a minha): “O que mais ouço são pessoas dizendo que lembram de assistir à prova na infância, em família”.

O conselho final vem de quem mais entende: nada de subestimar o traçado. “O carioca precisa treinar percursos variados. Muita gente chega achando que é tudo plano e só tem a subida da Brigadeiro, mas não é bem assim”, alerta Baldaia. “Se você der tudo no início, vai quebrar na metade. O segredo é dosar o ritmo. E curtir”.

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10 dicas para correr a São Silvestre

1 – Treine percursos variados (plano, subida, descida, falso plano)
2 – Faça treinos na areia para construir força
3 – Inclua treinos de musculação para ganhar resistência
4 – Ajuste a planilha para largar leve e terminar forte
5 – Planeje logística de retirada de kit e deslocamento no dia 31
6 – Chegue cedo na prova, aqueça e siga sua estratégia
7 – Segure o ritmo no início e deixe gás para depois do km 12
8 – Encare as subidas como aquecimento para a subida final
9 – Respeite o clima: protetor, boné, roupa leve e hidratação
10 – Cruze a Paulista sorrindo e brinde na virada

 



Com informações da fonte
https://vejario.abril.com.br/coluna/aline-salcedo/100-anos-de-sao-silvestre-cariocas-que-tal-encarar-a-edicao-historica/

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