O policial penal José Rodrigo da Silva Ferrarini, que foi preso por atirar no entregador Valério de Souza Júnior durante uma discussão na noite da sexta-feira (29), em Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio, já foi condenado por agressão à ex-mulher e é investigado por uso de veículo clonado, segundo a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap).
O policial penal José Rodrigo da Silva Ferrarini foi preso após atirar no entregador Valério de Souza Júnior durante uma discussão, na noite de sexta-feira (29), em Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio. Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), o agente já tinha condenação por agressão à ex-mulher e é investigado por uso de veículo clonado.
Histórico de processos disciplinares
Por essas infrações, a Seap abriu dois Processos Administrativos Disciplinares (PADs). Em um deles, Ferrarini recebeu suspensão de mais de 20 dias depois de ser condenado pela Justiça por agredir a ex-mulher.
Agora, ele também responde a uma sindicância por ter atirado no pé do entregador Valério Júnior. O trabalhador se recusou a subir até a porta do apartamento para entregar o pedido. A Seap classificou a conduta como “abominante” e afastou o servidor por 90 dias.
Primeira condenação
O primeiro PAD está ligado a uma condenação por lesão corporal contra a ex-companheira, em março de 2016.
Dois anos depois, Ferrarini se declarou culpado e recebeu pena de 3 anos e 10 meses em regime aberto, com base na Lei Maria da Penha. Como era réu primário e a pena não ultrapassava 4 anos, conseguiu o benefício da suspensão condicional. A condenação prescreveu em 2023. Já no campo administrativo, foi punido com 20 dias de suspensão.
Caso do carro clonado
O segundo processo surgiu quando Ferrarini foi detido com um carro clonado em janeiro de 2025, pela Polícia Rodoviária Federal, na Rodovia Presidente Dutra, em Duque de Caxias.
Ele dirigia um Volkswagen Nivus e afirmou ter comprado o veículo de um vendedor informal, mas não apresentou documentação da transação. Pela ausência de comprovantes e pela discrepância entre o valor pago e o valor de mercado, a equipe decidiu verificar a identificação veicular. Em seguida, constatou alterações nos dados do carro que indicavam registro de roubo ou furto.
Diante disso, Ferrarini foi levado à 60ª DP (Duque de Caxias) e autuado por receptação. Para ser liberado, pagou fiança de R$ 11 mil. A Polícia Civil não informou se ele chegou a ser indiciado.
Tiro em entregador
Na última semana, a Seap abriu uma nova sindicância para apurar o disparo contra o entregador Valério Júnior. Ele não quis subir até o apartamento do policial penal para entregar o lanche, o que gerou a discussão.
A Seap afirmou que acompanha os desdobramentos e que a Corregedoria já está ciente. A pasta determinou a suspensão preventiva de 90 dias, válida somente após a soltura do agente, que segue preso.
Carreira e salário
Ferrarini atua como policial penal há 14 anos. Ele foi aprovado no concurso da Seap em 2006 e ingressou no serviço público em 2011.
De acordo com o Portal da Transparência do Governo do RJ, em julho de 2025 seu salário mensal estava em torno de R$ 10 mil.
2025-09-02 16:36:00