O deputado estadual Tiego Raimundo dos Santos Silva (MBD), conhecido como TH Joias, é alvo de uma operação, nesta quarta-feira, por suspeita de ligação com a facção criminosa Comando Vermelho (CV). Agentes estiveram na casa dele, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, O político não foi encontrado e é considerado foragido. Já foram presos Gabriel Dias de Oliveira, o Índio do Lixão, apontado como traficante, e Luiz Eduardo Cunha Gonçalves, o Dudu, assessor de TH Joias.
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A investigação revelou que o parlamentar utilizava o mandato para favorecer o crime organizado, intermediando a compra e venda de drogas, fuzis e equipamentos antidrones destinados ao Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio.
Além de TH Joias, são avos da operação Luciano Martiniano da Silva, o Pezão, Edgar Alves de Andrade, o Doca, e Manoel Cinquine Pereira, o Paulista. Agentes visam a cumprir, ao todo, quatro mandados de prisão e cinco de busca e apreensão em endereços, além da Barra, na Freguesia, na Zona Oeste da capital, e em Copacabana, na Zona Sul.
De acordo com a polícia, a apuração identificou movimentações financeiras suspeitas envolvendo empresas ligadas a TH Joias, com alertas sucessivos emitidos por instituições financeiras, reforçando a prática de lavagem de dinheiro. O deputado teria ainda, de acordo com a investigação, indicado a esposa de Índio do Lixão para o cargo parlamentar onde ela é lotada.
A ação desta quarta foi chamada de Bandeirante e é realizada por equipes da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco-RJ), composta pela Superintendência de Polícia Federal com a Secretaria de Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro e Ministério Público Estadual.
— Estamos diante de uma investigação que comprova a infiltração direta do crime organizado dentro do parlamento fluminense. O deputado eleito para representar a sociedade colocou seu mandato a serviço da maior facção criminosa do Rio de Janeiro. A Operação Bandeirante é mais uma demonstração de que não haverá blindagem política para criminosos: seja traficante armado na favela ou de terno na Assembleia, a resposta do estado será a mesma — afirmou o secretário de Polícia Civil, delegado Felipe Curi.
O GLOBO entrou em contato com o deputado TH Joias e não recebeu resposta. O jornal tenta contato também com a defesa dos demais alvos da operação. O espaço segue aberto para qualquer manifestação.
2025-09-03 07:10:00