ANÁLISE: Leila reforça discurso de Abel pós eliminação, mas amplia divisão no Palmeiras

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Mandatária voltou a defender o trabalho da comissão técnica e o desejo de renovação até o fim do seu mandato, ao mesmo tempo em que fez críticas diretas a parte da torcida

Foto: Fabio Menotti/Palmeiras Leila Pereira, presidente do Palmeiras, ao lado do técnico Abel Ferreira

Leila Pereira aproveitou a coletiva de apresentação do novo reforço do Palmeiras na temporada para se posicionar publicamente diante das críticas da torcida após a eliminação para o maior rival, no Allianz Parque, nas oitavas de final da Copa do Brasil. Ao término da partida, parte do público, especialmente membros da principal organizada, vaiou a equipe, a diretoria e a comissão técnica dentro de casa, em um movimento inédito na “era Abel Ferreira”.

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Em tom firme, a presidente manteve o mesmo discurso do treinador e afirmou que é hora de ter paciência com a reformulação promovida pela diretoria, que investiu mais de meio bilhão de reais em reforços para a temporada. Ao mesmo tempo, voltou a defender o trabalho de Abel Ferreira, com quem deseja ampliar o contrato até dezembro de 2027, término de seu segundo mandato.

A mandatária acredita que críticas construtivas ao núcleo de futebol do Palmeiras são bem-vindas e benéficas, mas considera inadmissível colocar em dúvida a qualidade técnica da comissão, que venceu dez títulos desde a chegada ao Brasil.

A posição da presidente amplia o clima de divisão da torcida, entre aqueles que enxergam Abel Ferreira como o profissional ideal e os que acreditam que o trabalho tenha chegado ao limite. Prova disso foi a própria reação do público presente no Allianz, que se dividiu entre protestar contra o treinador e sua comissão e abafar as críticas com vaias.

– O que não posso admitir é as pessoas duvidarem da capacidade do treinador, da comissão técnica e do nosso trabalho. Isso para mim é inadmissível. Ainda mais se tratando de um profissional que se mostrou extremamente vencedor, profissional, competente. Quem está falando é Leila Pereira, presidente da Sociedade Esportiva Palmeiras – disse.

A polarização, inclusive, saiu do campo das palavras e passou para ações indesejáveis, quando torcedores do próprio clube trocaram agressões nas arquibancadas do estádio para defender seu lado na discussão. A torcida, que já enfrenta problemas com a precificação dos ingressos e uma agenda cada vez mais restrita da equipe, ganha um novo foco de debate justamente no momento em que mudanças internas precisam ser cobradas, e também adotadas – como disseram Abel e Anderson Barros após a segunda eliminação para o Corinthians no ano.

Ao mesmo tempo em que restringe a interferência externa, algo positivo no trabalho de Leila Pereira como presidente, a atitude aumenta a divisão do maior patrimônio do clube: seu torcedor. Não cabe à presidente ditar como os palmeirenses devem agir em tempos de crise, e sim encontrar soluções, junto com o núcleo de futebol, para os problemas internos.

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Essas, em especial, seguem como a principal dúvida após as coletivas de Abel e Barros na quarta-feira. Entre explicações e recados, a dupla deixou de responder (ou não quis) à questão central do Palmeiras neste ano: as dificuldades para reencontrar o futebol diante das chegadas e saídas no elenco. O palmeirense, necessariamente, não precisa saber todos os detalhes das ações adotadas, mas sim voltar a ter confiança no processo, responsável por anos de glória desde o início da década.





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