'Barão dos rinocerontes' é preso por operação de contrabando de chifres que movimentou mais de R$ 73 milhões

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O maior criador de rinocerontes do mundo, John Hume, de 84 anos, foi preso na África do Sul, acusado de comandar uma rede internacional de tráfico de chifres avaliada em cerca de R$ 73 milhões.
Hume ficou conhecido como o “barão dos rinocerontes” por manter, em sua fazenda, a 160 km de Joanesburgo, a maior cidade do país, um rebanho de cerca de 2 mil animais, o equivalente a um oitavo de todos os rinocerontes-brancos do planeta.
Apontado pelas autoridades como parte de “um grande esquema internacional de contrabando de chifres de rinoceronte” com destino ao Sudeste Asiático, Hume foi detido junto com outras cinco pessoas após uma investigação que durou sete anos.
Apesar da fama de conservacionista, o sul-africano sempre defendeu a legalização do comércio internacional dos chifres, alegando que eles poderiam ser retirados de forma sustentável, já que voltam a crescer ao longo da vida do animal.
Segundo ele, isso ajudaria a financiar a preservação e reduziria a caça ilegal. Sua campanha, porém, nunca obteve sucesso.
A legislação sul-africana permite a venda de chifres apenas dentro do país, e somente para cidadãos com autorização. A exportação é proibida.
De acordo com o Ministério do Meio Ambiente do país, o grupo preso teria usado documentos falsos para comprar e vender os chifres legalmente no mercado interno, mas desviando-os para fora do país.
As autoridades afirmam que a quadrilha estaria ligada a um esquema envolvendo 964 chifres de rinoceronte, avaliados em milhões de rands (moeda sul-africana), destinados ao mercado negro asiático.
Os seis suspeitos respondem por fraude, roubo e violação de leis ambientais, além de poderem enfrentar acusações de lavagem de dinheiro e associação criminosa.
A África do Sul abriga cerca de 80% dos rinocerontes do mundo, mas perde centenas deles todos os anos para caçadores ilegais. O chifre, usado na medicina tradicional chinesa e também como símbolo de status em alguns países da Ásia, é um dos produtos mais valiosos do tráfico de animais.
Hume fez fortuna com imóveis antes de investir em rinocerontes. Ele costumava retirar os chifres dos animais para tentar desestimular caçadores e acumulou toneladas do material ao longo dos anos. Críticos o acusavam de ingenuidade ou de tentar lucrar com o comércio.
Segundo a polícia, Hume e os outros suspeitos já passaram por audiência e foram liberados sob fiança.



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